A melhor metade de Martin Amis

“Tentar escrever como Martin Amis” era uma acusação comum. Essa qualidade contagiante da prosa talvez ajude a explicar alguma da aversão que gerou.

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“Os dipsomaníacos nascem assim, ou então acabam assim. Sobejamente reputado na esfera da dipsomania, Malcolm Lowry, ao que parece, planeou ficar assim, desde a infância. O talento não foi hereditário. Num conto de juventude, o narrador regista o comentário depreciativo do pai sobre um advogado local, a quem faltava ‘autodisciplina’. ‘Ele não sabia’, escreve Lowry, ‘que eu tinha decidido secretamente tornar-me bêbedo quando crescesse.’ Enquanto a maioria dos rapazinhos sonha ser maquinista ou cowboy, o pequeno Malcolm sonhava ser alcoólico. E o sonho tornou-se realidade. Excluindo uma ou outra desintoxicação, em hospitais ou prisões, e a muito ocasional abstinência auto-imposta, Malcolm Lowry esteve com uma bezana nos cornos durante trinta e cinco anos.”

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