O convento onde as freiras usavam jóias e emprestavam dinheiro a juros foi restaurado
O Convento de Santa Clara, no Funchal, foi a primeira casa religiosa feminina portuguesa fora do continente. Depois de quatro anos em obras e de um investimento de 2,3 milhões, está aberto a visitas.
Era um convento de clausura, confiado à Ordem de Santa Clara, mas nem por isso deixava de ser uma casa rica. Da congregação faziam parte as filhas das famílias endinheiradas da Madeira, jovens mulheres com uma educação cuidada, que, mesmo entrando para a vida religiosa, não queriam abrir mão do conforto de um quarto luxuosamente mobilado, com boas pinturas e tapeçarias, nem mesmo das jóias que lhes tinham calhado em dote. Freiras, sim, mas freiras com direito a criadas e, nalguns casos, até escravas, mulheres que não abdicavam dos seus livros e instrumentos musicais, que não se privavam de representar nem de se mascararem.
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