O que se passa na barragem do Arade? Há vestígios de Maddie?

Desde terça-feira que dezenas de operacionais estão na barragem do Arade em busca de indícios que permitam desvendar o mistério do que aconteceu a Madeleine McCann.

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As diligências na barragem do Arade prolongaram-se por três dias e devem terminar esta quinta-feira LUSA/LUIS FORRA
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Quem é Madeleine McCann?

Madeleine McCann tinha 3 anos e estava com a família a passar férias num complexo turístico da Praia da Luz, no Algarve, quando desapareceu do quarto que partilhava com os irmãos, na noite de 3 de Maio de 2007. As crianças estavam sozinhas no quarto, enquanto os pais jantavam com amigos num restaurante do aldeamento. Apesar de várias teorias e suspeitos que foram sendo avançados nos meses e anos seguintes (incluindo os próprios pais da criança, Kate e Gerry McCann), ninguém foi, até à data, acusado pelo desaparecimento da menina nem foi possível perceber exactamente o que lhe aconteceu. O suspeito mais recente é um cidadão alemão, Christian Brueckner, que vivia no Algarve na altura e estava na Praia da Luz aquando do desaparecimento. Brueckner está preso na Alemanha, pela violação de uma mulher de 72 anos em Portugal, em 2005, e é suspeito de uma série de outros crimes. Apesar de a justiça alemã insistir que ele é um forte suspeito no desaparecimento de Maddie (como a menina, que teria hoje 20 anos, era tratada), e de ter sido constituído arguido, neste caso, pelas autoridades portuguesas no ano passado, não foi feita, ainda, qualquer acusação formal contra o alemão, relacionada com o desaparecimento da criança há 16 anos.

Porquê as buscas na barragem de Arade?

As autoridades alemãs, que pediram esta diligência, têm mantido uma enorme reserva em relação às razões que terão levado às buscas em curso. Sabe-se que Christian Brueckner frequentava, na altura, esta zona da barragem do Arade, em Silves, a cerca de 50 quilómetros da Praia da Luz, tendo chegado a pernoitar ali na altura em que Maddie desapareceu. E que já em 2008 um advogado português tinha contratado investigadores privados para realizarem buscas na mesma zona, sem que fosse encontrado qualquer vestígio da menina. Segundo a BBC, que cita declarações do procurador alemão Hans Christian Wolters a um canal germânico, este terá dito que as autoridades “têm fundamento para acreditar que se podem encontrar provas ali”. Numa declaração a outro canal de televisão alemão, o procurador encarregado do caso disse que as autoridades receberam dicas que não partiram do suspeito, frisando: “Mas como deve compreender não iniciamos uma busca algures em Portugal por capricho, deve haver uma boa razão para isso. Temos uma, mas peço-lhe que compreenda que não revelamos qual é, por razões tácticas.”

Quando começaram as buscas e quanto tempo vão durar?

As buscas iniciaram-se na terça-feira, com a perspectiva de poderem ser desenvolvidas durante dois ou três dias. A chuva intensa que caiu na região no primeiro dia levou a que o prazo máximo fosse mesmo o aplicado. Espera-se, por isso, que as diligências em curso terminem esta quinta-feira.

Que forças policiais estão envolvidas?

Na zona onde estão a ser desenvolvidas várias diligências estão elementos da Polícia Judiciária, da Polícia Metropolitana de Londres (que estará apenas a observar) e da polícia alemã. Os inspectores estão a ser apoiados por elementos da Guarda Nacional Republicana, Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e Bombeiros Voluntários de Silves, incluindo uma equipa de mergulhadores.

Foi encontrado algum vestígio?

Até ao momento, não há indicação de que tenha sido encontrado qualquer vestígio relacionado com Madeleine McCann. Espera-se, contudo, que as autoridades esclareçam com mais pormenor as diligências desenvolvidas e os resultados obtidos no final das operações.

Como é que os media estão a cobrir este regresso de diligências a Portugal?

O desaparecimento de Madeleine McCann foi acompanhado de uma gigantesca cobertura mediática, que levou à Praia da Luz equipas de reportagem de todo o mundo. Nos últimos 16 anos, sempre que vinha a público alguma nova suspeita, o interesse reanimava-se, sobretudo entre os media britânicos, mas nunca com a repercussão do que aconteceu na altura do desaparecimento. Agora, com o regresso de diligências ao Algarve, voltaram também os jornalistas nacionais e internacionais (sobretudo britânicos, alemães e espanhóis, mas também outros) que, apesar de estarem impedidos de se aproximarem dos locais onde estão a ser realizadas buscas, mantiveram, em alguns casos, directos a partir do local.

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