Este caixão biodegradável feito de cogumelos serve para “completar o ciclo da vida”

Criado na Holanda e feito de micélio e cânhamo, o Loop Living Cocoon é uma alternativa sustentável aos caixões tradicionais.

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Este caixão biodegradável transforma-se em cogumelos para “completar o ciclo da vida” DR/ Loop Biotech
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É uma alternativa aos caixões de madeira comuns, pensada para quem quer garantir que todas as etapas da vida — incluindo a morte — são sustentáveis. A Loop Biotech, start-up holandesa, criou um caixão biodegradável composto por micélio (conjunto dos filamentos que formam a​ parte vegetativa de um fungo) e cânhamo, fibra usada em têxteis.

Chama-se Loop Living Cocoon e é “cultivado” em sete dias, ao juntar os dois compostos num molde.

Ao contrário dos tradicionais caixões, cuja madeira demora décadas a crescer e anos a decompor-se no solo, esta opção composta por fungos é biodegradável e “retorna à terra” num período entre 30 e 45 dias. "O poder único do micélio decompõe o material orgânico, libertando nutrientes benéficos no solo para as plantas, e, subsequentemente, para os animais", alega a empresa em comunicado.

Bob Hendrikx, 29 anos e fundador da empresa, disse, citado pela AP, que passou muito tempo a estudar a natureza, "em particular os cogumelos". "Aprendi que são uns dos maiores recicladores do mundo. Então pensei, porque é que não fazem parte do ciclo da vida? E aí quis fazer crescer um caixão de cogumelos."

As opções não se ficam pelos caixões: existe também uma urna biodegradável para quem escolhe a cremação. Esta alternativa pode ser enterrada com um broto no topo, para que, quando a urna se começar a decompor, cresça uma árvore. Cada caixão custa 995 euros e as urnas 196,80 euros.

Para a Loop Biotech está é uma solução para os que desejam experienciar o ciclo completo da vida. Bob afirma que está é uma forma de "enriquecer a vida mesmo depois da morte", continuando "a prosperar enquanto uma nova planta ou uma árvore" e de criar “uma nova narrativa em que podemos fazer parte de algo maior do que nós mesmos”.

Actualmente, a empresa consegue desenvolver 500 caixões e urnas por mês e exportam-nos para toda a Europa — e os países nórdicos parecem ser, até agora, os maiores fãs deste produto. Na Holanda, está a colaborar com a Nature Burials Netherlands, que garante que restos mortais ficam em parques naturais protegidos.

Texto editado por Inês Chaíça

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