Sporting fecha 2022-23 a projectar um regresso ao normal

Rúben Amorim admite pressão adicional no arranque da próxima época e revela que chegou a pôr o lugar à disposição.

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Ruben Amorim e Ricardo Esgaio LUSA/NUNO VEIGA
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Chegou o dia da última jornada do campeonato 2023-24. Para além do título nacional, pouco mais há a decidir, mas para o Sporting a deslocação de sexta-feira (21h15, SportTV) a Vizela é uma oportunidade de encerrar com uma vitória uma temporada de desilusão. Já com mexidas no plantel no horizonte e com a necessidade de emendar a mão dentro de dois meses e meio, os “leões” tentam fechar as contas com uma exibição convincente e um resultado a condizer.

O recente empate no derby com o Benfica (2-2), depois de uma primeira parte autoritária, deixou um amargo de boca aos adeptos sportinguistas e essa é uma sensação que se estende à performance global da equipa na temporada. A maior decepção, porém, foi mesmo o campeonato, com um quarto lugar que é pouco compatível com as aspirações leoninas e com as expectativas que o título de 2021 gerou.

“Nas conversas que tivemos com o presidente, a primeira coisa que disse é que punha o lugar à disposição devido à falha nos objectivos, isso foi claro”, revelou Rúben Amorim na conferência de imprensa desta quinta-feira. Para o técnico do Sporting, que renovou entretanto contrato até 2026, há que assumir frontalmente que a missão ficou por cumprir e encontrar a solução adequada para corrigir a trajectória.

Nesse sentido, Amorim ressalva que o futuro enquanto treinador do Sporting estará sempre “nas mãos do presidente” do clube e que está perfeitamente consciente de que a nova temporada representa um risco acrescido, dada a ausência de troféus e a perda precoce do comboio do título. “Confio em toda a gente e confio no nosso trabalho, mas sei como são as coisas. Numa época em que há objectivos falhados... Sei o que vem aí para a próxima época. O nosso trabalho é vencer jogos. Acredito que vamos dar a volta à situação e voltar ao nosso normal, que desde que estamos aqui é ganhar muito mais jogos do que perder. Estou muito confiante que vamos voltar ao normal”, sublinhou.

Se isso não acontecer logo no arranque, em Agosto, Rúben Amorim reconhece que a pressão poderá empurrá-lo para a porta de saída, mas assegura que não lhe passa pela cabeça deixar o Sporting por iniciativa própria. “Se calhar, é a única maneira de eu sair do Sporting, porque eu não quero sair”.

Ugarte cobiçado

Mais difícil de manter será Manuel Ugarte, um dos jogadores do plantel com mais mercado e, de acordo com o treinador, com várias propostas em carteira. O Paris Saint-Germain (PSG) é um dos clubes interessados e estará disposto a bater a cláusula de 60 milhões de euros que consta do contrato do uruguaio, mas Amorim quer evitar, com planeamento rigoroso e gestão minuciosa, surpresas como a perda de Matheus Nunes no arranque desta temporada.

“Eu sei aquilo que quero fazer com a equipa e já transmiti isso à direcção. Estamos preparados para qualquer cenário”, assegura, desvalorizando a possibilidade de “uma razia” no plantel. “Não ter Champions mexe com o planeamento. O importante é não cometer os erros do passado. Quando tem de se vender, tem de se vender. Vamos tentar fazer com mais tempo”.

No outro prato da balança, o das compras, Rúben Amorim não prevê um peso desmedido e recorda que a prudência tem sido a regra desde que chegou a Alvalade. “Nunca investimos mais do que aquilo que podíamos nos últimos dois anos, construímos uma equipa a investir muito menos do que aquilo que vendíamos. E temos de continuar. A indicação que me deram é que ninguém vai investir mundos e fundos para apanhar aquilo que não conseguimos este ano”.

Esse é um tema para aprofundar, no entanto, só depois de concluído o campeonato e o Sporting antecipa dificuldades, já nesta sexta-feira, diante de uma equipa do Vizela na qual identifica uma forma de organização idêntica à do Benfica. Um adversário que dificultou a vida aos “grandes” ao longo da época e que há muito assegurou a manutenção na I Liga.

“A nossa equipa está num grau de exigência elevado, quer pontuar e tudo faremos para, na nossa despedida, darmos uma alegria aos adeptos”, antecipa Tulipa, treinador dos minhotos, recordando os desaires com o Benfica, em casa, e com o Sporting, em Alvalade: “Fomos competentes, mas fomos penalizados. No dia em que as decisões forem correctas para ambas as partes, os resultados serão diferentes”.

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