Maio termina e Junho chega com chuva forte, trovoada e descida de temperatura

A temperatura vai descer e próximas semanas vão trazer aguaceiros fortes e trovoada. Os distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu estão sob aviso amarelo para esta sexta-feira.

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As células convectivas, responsáveis pela chuva e trovoada dos últimos dias, eclodem, sobretudo durante a tarde Adriano Miranda
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A chuva e a trovoada vieram para ficar em Portugal continental, pelo menos, até à primeira semana de Junho. Depois de nos últimos dias várias regiões registarem forte precipitação e trovoada, o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) emitiu avisos amarelos para esta sexta-feira, para os distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu, em resultado da previsão de "mais descargas eléctricas e mais concentradas", acompanhadas por aguaceiros fortes.

Ao PÚBLICO, a meteorologista Paula Leitão explicou que a descida de temperatura prevista até domingo vai repor a temperatura média esperada para Maio, depois de semanas com valores acima do "normal". Até ao fim desta semana, a temperatura máxima no Porto vai descer dos 27ºC para os 20ºC, e em Lisboa e no Alentejo a temperatura máxima vai variar até aos 25ºC.

As oscilações meteorológicas dos últimos dias devem-se à formação de células convectivas, nuvens com ciclo de vida curto, que se formam de manhã e eclodem durante a tarde, e que podem ser acompanhadas de "precipitação forte, trovoada, granizo e rajadas de vento". Uma "situação frequente nesta época do ano", esclareceu Paula Leitão.

"Depois das chuvas no inverno e na primavera, já houve aquecimento suficiente do solo para que estas células se formem, aproveitando a humidade restante no ar", explicou. Uma vez que o fenómeno regista "uma evolução rápida" e altera a trajectória, ao sabor do vento e das condições para se formar, será difícil prever com exactidão a posição destas células, ressalvou Paula Leitão.

Assim, a trovoada e os aguaceiros fortes serão registados em diferentes regiões do território continental ao longo dos próximos dias, tal como aconteceu na tarde de quarta-feira entre Castelo Branco e Tomar, e no Alentejo.

As células convectivas são um fenómeno meteorológico comum a toda a Península Ibérica, ainda que entre Madrid e a zona Leste de Espanha o número de episódios seja "incomparavelmente superior", face à influência do mar Mediterrâneo e ao aquecimento do solo. A Agência Meteorológica do Estado, o equivalente espanhol ao IPMA, anunciou que os próximos dias vão permitir aliviar o défice pluviométrico.

Ainda que com aguaceiros "geograficamente irregulares", Paula Leitão confirmou que, nas próximas semanas, a chuva vai atenuar a escassez de recursos hídricos. Dados do IPMA revelam que, em Abril, apenas a zona Noroeste do território continental não registou situação de seca, depois da fraca precipitação registada desde Fevereiro.