Lavorada: quando o tricot e o crochet estão alinhados com o século XXI
A terceira edição do Festival dos Lavores acontece no dia 17 de Junho na Póvoa de Varzim. Há workshops, uma feira de artesanato, uma exposição de fotografia, um concerto e um piquenique.
"Era para ser só um encontro de amigos" e vai para a terceira edição o Lavorada – O Festival dos Lavores, que pretende dar a conhecer "a complexidade" de artes manuais "tão antigas quanto a nossa memória" como o tricot e o crochet. "Pretendemos desconstruir preconceitos, mostrando o potencial que os lavores têm, quer no desenvolvimento psicomotor e valorização do indivíduo, quer como símbolo cultural, potenciadores de economias locais ou, até mesmo, como incubadoras da criação artística", aponta Lara Mafalda, fundadora do evento, cuja edição piloto aconteceu em 2021.
"É um projecto que pretende transmitir às novas gerações a arte de saber fazer e de mostrar que com esta aprendizagem conseguimos um alinhamento perfeito com o século XXI, que apela à ecologia, à ideia de comunidade e à redução do consumo e da mega-industrialização." O Lavorada é, acima de tudo, uma "oportunidade para pensar os lavores" e de os "incluir no século XXI". "São artes que estão alinhadas com o século XXI", diz à Fugas Lara Mafalda. "Consumo sustentável", acrescenta. "Fazermos as nossas próprias roupas. Sentido de comunidade."
A terceira edição do Lavorada acontece no dia 17 de Junho, no jardim da Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim, um espaço recatado que Lara Mafalda gosta de desencantar para este dia de "convívio" e de "partilha de saber". "Na comunhão de interesses crescem os projectos e nesse crescimento está a valorização do que queremos como campo de acção: saber-fazer; saber-ver; saber-ser."
O convívio de várias gerações pretende juntar "todos os amantes dos lavores, grupos de tricot, grupos de crochet, de bordado, anónimos e conhecidos, todos os que querem aprender e todos os que gostam de partilhar o seu conhecimento e as suas experiências na arte dos lavores, na arte do saber-fazer".
Além da habitual conversa entre os convidados, moderada por Lara Mafalda (à volta do tema Património Imaterial, pelas 16h), a responsável pelo evento, haverá workshops (crochet à portuguesa, tricot 5 agulhas, tricot, bordado, macramé e amigurumi), actividades para crianças ("muitos fios para serem trabalhados de forma divertida, com Língua Gestual Portuguesa pelo meio"), uma feira de artesanato, a exposição de fotografia As nuvens aí em baixo, com assinatura de Kitato, e um final de dia com um concerto pelo artista O Marta (18h) — isto para além de um piquenique onde não faltará comida e bebida, fornecida pelo Bicho Pão e Tua Vinharia, respectivamente, para quem se esquecer do farnel.