Dinheiro aplicado em Certificados de Aforro abranda para 1,8 mil milhões em Abril

Novas subscrições do produto do Estado reduziram-se em cerca de metade face aos 3,6 mil milhões aplicados em Março.

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Taxa de juro atractiva justifica crescimento das subscrições de Certificados de Aforro Ricardo Lopes
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A subscrição de Certificados de Aforro (CA) abrandou em Abril, depois da aplicação de 9353 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. No último mês, o montante aplicado no produto de poupança do Estado ascendeu a 1818 milhões de euros, cerca de metade dos 3675 milhões registados em Abril.

Com as subscrições de Abril, o saldo acumulado neste produto ultrapassou a barreira dos 30 mil milhões de euros, chegando aos 30.324 milhões de euros.

O forte abrandamento nas novas subscrições de CA já tinha sido previsto pelos presidentes de alguns dos maiores bancos, que nos últimos meses viram sair um volume significativo de depósitos para esta e para outras aplicações, tendo em conta a diferença de rentabilidade entre os produtos.

Os Certificados de Aforro rendem actualmente uma taxa bruta de 3,5%, a que podem acrescer prémios de permanência, o que contrasta com a rentabilidade média dos depósitos, que em Março, para novas aplicações, se situava em 0,90%, mais 0,86 pontos percentuais face ao valor verificado em Dezembro de 2021.

A taxa de rentabilidade elevada também ajuda a explicar o baixo valor das amortizações, que se ficou por 136 milhões de euros. Retirando o valor dos resgates, o valor líquido das subscrições em Abril foi de 1682 milhões de euros.

Recentemente, o Governo alargou o limite máximo de subscrições de CA para o ano em curso, passando-o de sete mil milhões para 16,5 mil milhões de euros, aumento que pode ser insuficiente para a procura deste produto, mesmo com o abrandamento das subscrições.

Até agora, o total subscrito nos primeiros quatro meses do ano já ultrapassa os 11 mil milhões de euros, restando menos de cinco mil milhões para o novo tecto fixado pelo Governo. Contudo, também é preciso contar com alguns resgates neste produto, por terem atingido a maturidade prevista (de 10 anos nas últimas séries) ou por outras razões.

Taxa de juro associada à Euribor

A taxa-base dos CA atingiu o máximo previsto, de 3,5%, beneficiando da forte subida da Euribor a três meses, que serve de referência para este produto.

A rentabilidade mais baixa dos Certificados do Tesouro explica o baixo montante de novas subscrições neste produto, que se ficaram por seis milhões de euros, muito abaixo do montante de resgates, que totalizam 385 milhões de euros no último mês.

O Banco de Portugal (BdP) destaca, numa nota publicada na última sexta-feira, o comportamento das Euribor e outras taxas de mercado, que seguiram de muito perto a subida das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE). Estas últimas taxas subiram 3,75 pontos entre Julho de 2022 e Maio de 2023, o ritmo de subida mais elevado da história da área do euro, e a taxa média da Euribor situou-se em 3,86% no passado mês de Março.

“Em contraste, as taxas de juro dos novos depósitos reflectiram de forma incompleta o aumento das taxas directoras”, refere o supervisor, situando-se a taxa média dos novos depósitos a prazo dos particulares em 0,90% em Março.

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