Polícias de cara tapada e mergulhadores procuram vestígios de Maddie na Barragem do Arade

Polícia alemã segue, no Algarve, a pista de um seu conterrâneo, preso por violação de uma idosa. O “filme” repete-se, 16 anos depois do desaparecimento da criança.

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As buscas por vestígios de Maddie tiveram como ponto de partida um pedido das autoridades alemãs Reuters/LUÍS FERREIRA
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A cena repete-se. Polícia Judiciária e autoridades alemães fazem buscas na Barragem do Arade (Silves) para tentar descartar aquela que poderá ser a última pista para desvendar o caso Maddie – a criança inglesa que desapareceu da Praia da Luz há 16 anos.

A operação desenrola-se sob a observação da polícia inglesa, mas são os investigadores alemães que mais dão nas vistas, diante do circo mediático que está montado em redor da albufeira, com um nível de água muito abaixo daquilo que seria normal para época.

Christian Bruckner – a cumprir uma pena de sete anos de prisão em Oldenburg por violação, em 2005, de uma mulher de 72 anos, em Portugal – é o elemento de ligação que fez a PJ reabrir este processo, por solicitação das autoridades alemãs. As pesquisas do que poderão ser os vestígios biológicos de Maddie estão concentradas num local junto à barragem, onde Bruckner vivia numa autocaravana.

Ao local acorreram dezenas de jornalistas, sobretudo as cadeias de televisão portuguesas, mas também espanholas, alemãs e inglesas, com mais de uma equipa para cobrir o acontecimento: “À procura de algo”, que não se sabe o quê.

A única certeza é que esta é mais uma tentativa policial – a juntar a uma investigação em que já foram gastos milhões de euros – e que permanece sem qualquer conclusão. Em 2008, o advogado Aragão Correia já tinha pago a investigadores, por sua conta, para fazerem pesquisas no local. O que foi encontrado na altura foram cadáveres de animais e lixo.

A polícia alemã, no terreno, faz questão de mostrar a sua presença. Os investigadores nem deixam sequer ver os olhos. Passam diante dos jornalistas em carrinhas todo-o-terreno, de gorro preto na cabeça e óculos escuros.

Os operadores de câmara das cadeias de televisão, impossibilitados de se aproximarem do local onde decorre a operação, no lado norte da barragem, espalham-se pelos montes da serra em redor, para captar possíveis descobertas, em terra ou na água.

A operação está a ser apoiada por um grupo de mergulhadores dos bombeiros de Silves e por elementos da GNR. Ao contrário dos alemães, o que se nota nas autoridades portuguesas é uma atitude discreta, própria de quem já viu este “filme” muitas vezes. A Polícia Judiciária prevê que as buscas possam durar dois ou três dias, sem revelar mais pormenores.

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