J.M. Coetzee vai inaugurar o programa de escritores do Museu do Prado

Autor sul-africano, Nobel da Literatura em 2003, vai ser o primeiro escritor em residência do novo programa da pinacoteca de Madrid.

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J.M Coetzee foi o primeiro autor escolhido para participar neste programa a que chamaram Escrever o Prado EDWINA PICKLES /Getty Images
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J.M. Coetzee na cerimónia do Nobel da Literatura, um dos raros prémios que recebeu em pessoa Reuters/MICHAEL DALDER
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O Museu do Prado, em Madrid, quer pôr uma série de escritores a olhar para as suas colecções, a “envolver-se com elas literariamente”, assim se diz no comunicado que fez chegar às redacções esta terça-feira.

John Maxwell Coetzee, o escritor sul-africano conhecido como J.M. Coetzee, foi o primeiro autor escolhido para participar neste programa a que chamaram Escrever o Prado, criado em parceria com a revista Granta e com mecenato da Fundação Loewe.

O escritor que é avesso a entrevistas e por regra dispensa o contacto com os leitores, deverá fazer uma residência literária de três semanas em Madrid, de finais de Junho a meados de Julho, tendo o Prado como epicentro. Objectivo? Escrever uma história a partir do museu, a primeira de uma série em que se pretende “explorar o potencial de expressão criativa no cruzamento entre a ficção e as artes visuais”, pode ler-se no já referido comunicado.

Nascido na África do Sul em 1940 e grande conhecedor da literatura latino-americana, J.M. Coetzee publicou 19 obras de ficção, muitas delas traduzidas em Portugal, como A Vida e o Tempo de Michael K, À Espera dos Bárbaros, Desgraça e No Coração desta Terra. Quando recebeu o Nobel da Literatura em 2003, tinha já sido premiado com o Booker duas vezes, em 1983 e 1999.

Com um percurso académico que passou por prestigiadas instituições, de que Harvard e Stanford são exemplo, Coetzee vive e trabalha hoje na Austrália, dando aulas de Literatura na Universidade de Adelaide.

Da sua produção literária fazem ainda parte ensaios como Vidas dos Animais e textos de crítica, sendo ainda de sublinhar o seu trabalho como tradutor.

Durante a sua estadia em Madrid, anuncia ainda o Prado, haverá uma sessão aberta ao público em que o escritor sul-africano vai estar à conversa com a filósofa e escritora Mariana Dimópulos, que traduz os seus livros para castelhano.

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