O primeiro-ministro em monólogo para o vento
As palavras de Cavaco Silva são terríveis, porque penetram no flanco mais vulnerável de Costa. Mereceram resposta, porque causam dor. A resposta, porém, é sofrível.
O primeiro-ministro tem razão ao denunciar um “frenesim” de uma crise política e a apontar o deleite com que Aníbal Cavaco Silva o alimenta. António Costa é rigoroso ao acusar a direita de ser a responsável por essa “excitação – causada pela impaciência, paixão, etc.”, o significado que o dicionário Priberam atribui a “frenesim”. Mas, ao transformar o frenesim num problema dos outros, o primeiro-ministro tenta isentar-se da sua origem e afastar-se dos seus responsáveis. É aqui que a sua tese sucumbe.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.