O primeiro-ministro em monólogo para o vento

As palavras de Cavaco Silva são terríveis, porque penetram no flanco mais vulnerável de Costa. Mereceram resposta, porque causam dor. A resposta, porém, é sofrível.

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O primeiro-ministro tem razão ao denunciar um “frenesim” de uma crise política e a apontar o deleite com que Aníbal Cavaco Silva o alimenta. António Costa é rigoroso ao acusar a direita de ser a responsável por essa “excitação – causada pela impaciência, paixão, etc.”, o significado que o dicionário Priberam atribui a “frenesim”. Mas, ao transformar o frenesim num problema dos outros, o primeiro-ministro tenta isentar-se da sua origem e afastar-se dos seus responsáveis. É aqui que a sua tese sucumbe.

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