A nova geração do Ford Focus: hatchback elegante e espevitado

Reforçando a sua posição entre a elite da categoria na dinâmica e no agrado da condução, eis o Ford Focus 1.0 Ecoboost MHEV 125cv. Bem apetrechado tecnologicamente, só lhe falta ser mais poupado.

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Ford Focus 1.0 Ecoboost MHEV 125cv dr
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O Ford Focus sempre se apresentou como um concorrente de peso no cobiçado segmento dos familiares compactos. Com o advento dos SUV, que actualmente representam cerca de metade do mercado, as formas do cinco portas deixaram de ser tão interessantes para quem procura um automóvel, mas o que é inegável é que as sensações de condução num hatchback não têm (ou quase) paralelo nos crossovers.

Hoje na quarta geração, o Focus continua a propor o mesmo de sempre, ainda que inquestionavelmente melhor do que quando surgiu em 1998: uma condução primorosa, seja em baixas velocidades, com a direcção a revelar-se exímia nas manobras, como em estrada aberta, seja por rectas ou em curvas. Mas chega com um facelift face ao modelo apresentado em 2018, em que foram melhorados aspectos relevantes na dinâmica e na segurança — e, claro, no campo das tecnologias, nomeadamente nos capítulos da conectividade e infoentretenimento.

Com a versão ST-Line X, recebe-se um grande ecrã de 13 polegadas, no qual é possível gerir vários sistemas, como de navegação e comunicação. Já a climatização também pode ser controlada através do ecrã, numa barra inferior — e, neste ponto, a perda dos botões físicos é uma das coisas que gera mais críticas nos actuais modelos seja de que marca for.

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A posição de condução é fácil de encontrar e os bancos, na versão de equipamento que a Fugas experimentou, são confortáveis, dando um bom apoio lombar. Atrás, há espaço para pernas, mesmo no caso de adultos altos e as viagens mais longas são perfeitamente suportáveis.

125cv com músculo

O motor EcoBoost de 1,0 litros com 125cv é provavelmente um dos mais equilibrados da Ford, fornecendo potência suficiente para reclamar uma boa performance — é certo que acelera de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos, mas atinge uma velocidade máxima de 200 km/h — sem que possa ser olhado com irracionalidade. E, graças a um sistema de hibridização suave (mild hybrid), contando com um motor de arranque/gerador ligado a uma bateria de iões de lítio de 48 volts, chega menos poluente e económico, dizem os números oficiais.

Segundo os testes WLTP, o consumo médio em circuito misto é de 5,3 l/100 km e as emissões ficam-se nos 120 g/km. No entanto, neste ponto, a nossa experiência foi diferente: conseguimos um consumo abaixo dos sete litros, mas a muito custo, o que nos leva a desejar melhorias neste capítulo — mas já será tarde para isso. O Focus tem uma espécie de sentença de morte anunciada, depois de a marca ter revelado a sua intenção de pôr um fim à sua produção em 2025. Mas não deixa de ser uma pena que o modelo nunca tenha conseguido vingar na tão importante poupança de combustível num segmento como o dos familiares compactos.

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Para compensar o gasto, o Focus revela-se sempre disponível a qualquer solicitação, muito por causa de um binário de 170 Nm, logo a partir das 1400 rpm, que se mantém ao nosso serviço até às 4500 rpm. E, em cidade, é suficientemente sereno e silencioso (sim! Estamos a falar de um motor de três cilindros) para ser uma boa companhia — o sistema de 48 volts dá um bom apoio, tanto a acelerar como a desligar o carro de cada vez que se pára.

Mas o melhor é levar o Focus para fazer quilómetros, já que direcção e suspensão casam bem para oferecer competência em praticamente todos os traçados. A caixa, manual de seis velocidades, requer alguma habituação, mas depressa se torna ágil nas passagens.

Há três modos de condução — Normal, Eco e Sport — e nota-se alguma diferença entre os três. Mas o ideal será manter-se pelo Normal, que equilibra bem os vários parâmetros do automóvel. No modo Eco parece ficar demasiado preso e o desportivo, ainda que corresponda com algum sal extra, não irá transformar o hatch num hot hatch

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Os extras pesam

Conduzimos a bem equipada versão ST-Line X, que traz de série, além do já exposto, sistema de chave inteligente, vidros traseiros escurecidos, carregador sem fios, câmara de visão traseira, ecrã digital do computador de bordo de 12.3", retrovisores eléctricos e rebatíveis com luzes de aproximação, ar condicionado automático, suspensão desportiva e volante de 3 raios ST forrado a couro sintético.

Assim, despido de extras, o carro é comercializado a partir de 32.695€. O modelo conduzido chegava recheado de opcionais, que inflacionavam o preço para os 37.300 euros, mas que o tornam ainda mais apetecível: jantes de 18 polegadas e vários packs de estilo, com pedais em alumínio ou pinças dos travões pintadas, de conforto, com abertura da bagageira mãos-livres e volante e retrovisores aquecidos, e de segurança, em que se incluem o cruise control adaptativo, os faróis de mutação automática entre médios e máximos ou o sistema de reconhecimento de sinais de trânsito.

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