Líder do PAN prestou contas aos congressistas e deixou recados à oposição

Na sessão de abertura do IX Congresso, Inês Sousa Real reconheceu que foram cometidos “erros”.

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Porta-voz do PAN apresentou na actual legislatura 282 iniciativas LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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A porta-voz do PAN foi ao congresso do partido prestar contas do seu mandato e destacou que o contexto em que o partido vai agora a votos é “bem diferente” daquele que herdou há dois anos. “À época, o país e o mundo procuravam recuperar da melhor forma de uma crise pandémica que consigo trouxe uma crise socioeconómica que a todos afectou”, começou por dizer.

Inês Sousa Real, que disputa neste congresso a liderança com o ex-deputado Nelson Silva, insistiu no contexto: “Em apenas 13 meses, esta direcção preparou as eleições autárquicas, com o maior número de candidaturas na história do partido, conseguindo também o maior número de eleitos locais.”

“Há dois anos, o partido enfrentava também um momento interno desafiante, havia ficado marcado pela saída de uma deputada e pela apropriação unipessoal do lugar de eurodeputado, lugares que o eleitorado entendera atribuir ao PAN, reconhecendo assim o nosso partido pelas causas defendidas e pelo trabalho que havia levado a cabo. Sabemos também que, no momento em que o colectivo precisou que disséssemos ‘presente’, nem todos responderam ao repto do partido que clamava por união, por debate salutar e por construção de um partido ainda mais forte para fazer face aos desafios internos e externos”, disse a candidata à liderança, deixando uma farpa aos que não responderam.

Revelando que o programa das últimas eleições legislativas foi feito “em tempo recorde”, foi “reconhecido por várias personalidades e entidades como o melhor da área ambiental, animal, saúde, e até internacional, atestando a qualidade dos quadros do partido”, a porta-voz do partido em nenhum momento da sua intervenção aludiu directamente à perda de votos e à redução do grupo parlamentar de quatro para um deputado. Reconheceu, no entanto, que foram cometidos “erros” e que os resultados obtidos levaram a “uma reestruturação política e financeira do partido.”

Sobre o trabalho que tem feito na Assembleia da República como deputada única na actual legislatura, a porta-voz do PAN afirmou que apresentou 282 iniciativas, tendo sido aprovadas 23.

No seu discurso, Inês Sousa Real não poupou o Governo. Falou de uma “maioria absoluta perdida em si mesma, perdida nas sucessivas crises políticas que têm minado a confiança dos cidadãos no poder político, nas instituições e na decência que aos governantes cabe promover.” Mas não se ficou por aqui. “Foi marcada por casos e decisões que inequivocamente fragilizam o Estado de direito e a legitimidade deste Governo. A vida dos portugueses tem estado em suspenso por causa de o Governo incapaz de dar as respostas que o país precisa, um Governo que está a deixar passar a oportunidade única de executar fundos comunitários que são absolutamente fundamentais” e se “tem esquecido que o relógio climático não pára” e “deixado para segundo plano a protecção animal”, acrescentou.

No seu discurso inicial, acusou ainda o Governo de se ter esquecido de que o “relógio climático não pára”, de não avançar na protecção animal” e de ser “um Governo de mãos largas com quem mais polui e lucra, mas [que] fecha a mão na hora de chegar a quem mais precisa.”

Antes da intervenção inaugural da líder do partido, delegados eleitos da lista B, afecta a Nelson Silva, insurgiram-se na sala, criando algum burburinho contra o facto de lhes ter sido negada a possibilidade de um elemento da lista estar na mesa do congresso. O protesto levou a mesa a pedir uma votação aclamativa do regulamento da reunião magna do partido que encerra este sábado em Matosinhos.

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