Stoltenberg quer que os países da NATO gastem “pelo menos 2% do PIB” em defesa

Secretário-geral da Aliança Atlântica congratulou-se com o aumento do orçamento de defesa português, mas espera que os Estados-membros se “comprometam mais”.

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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, com o primeiro-ministro António Costa, no final da conferência de imprensa em Lisboa MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
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Portugal fez muito, mas precisa de fazer mais. Foi isso o que o secretário-geral da NATO deixou entendido esta quinta-feira, em Lisboa, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro António Costa, em relação aos gastos portugueses com a defesa. Jens Stoltenberg, que se encontrou também com a ministra da Defesa, Helena Carreiras, e com o ministro de Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, sublinhou que é preciso que Portugal e outros membros da Aliança Atlântica se “comprometam mais”.

“Em Vílnius, espero que os aliados cheguem a acordo quanto a um novo compromisso de investimento na defesa, no sentido de gastar pelo menos 2% do PIB na área da defesa. Congratulo-me com o recente aumento dos gastos em defesa de Portugal, mas todos os aliados precisam de fazer mais”, disse Stoltenberg.

Stoltenberg, que se referia à próxima cimeira da NATO, a realizar na capital da Lituânia a 11 e 12 de Julho, tem insistido no ponto de os países da Aliança precisarem de ajustar as suas despesas militares ao mundo que “se tornou mais perigoso” desde que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022.

Portugal, apesar de ter aumentado as suas despesas militares, ficou ainda muito aquém dos 2%, tendo gasto 1,38% do PIB em defesa em 2022, de acordo com o relatório anual da NATO, divulgado em Março. De acordo com o relatório, só sete dos 30 países da Aliança Atlântica (a Finlândia, o 31.º, só entrou em Abril) cumpriam o objectivo de gastar 2% do PIB – um menos que em 2021, antes da guerra, sublinha a Reuters.

Reiterando a disposição da Aliança Atlântica em ajudar a Ucrânia “enquanto for preciso” – e o secretário-geral da Aliança Atlântica está convencido que a cimeira de Vílnius “enviará um forte de sinal de apoio” –, Stoltenberg afirmou que espera agora que os aliados acordem na capital lituana um “programa de assistência estratégica plurianual que permita à Ucrânia fazer a transição da era soviética para a doutrina, equipamento e treino da NATO”. Tudo isto de modo a permitir-lhe a interoperacionalidade com os aliados da Aliança Atlântica.

António Costa, por seu lado, não falou de orçamentos nem do PIB, mas reiterou que "Portugal é um país fundador da NATO e mantém-se fiel aos compromissos que assumiu", acrescentando que na cimeira de Julho os aliados irão "seguramente" poder "reforçar aquilo que é a unidade da nossa aliança transatlântica, na defesa dos valores da paz, da liberdade, da democracia".

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