Dos bancos às soleiras das portas: a importância de nos sentarmos nas cidades

Bancos públicos são estruturais nas urbes, mas estarão a extinguir-se? Da arquitectura hostil ao luxo de sentar: uma conversa sobre cidades a partir da retirada de dois bancos de um largo do Porto.

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Pensar o espaço público das cidades implica, também, uma atenção ao mobiliário urbano Manuel Roberto / PUBLICO

A pequena dimensão não anuncia a sua importância, mas os bancos públicos são “um elemento estrutural das cidades” – e podem revelar muito sobre elas. “Diz-me que bancos tens, dir-te-ei que cidade és.” A frase é de José Carlos Mota, docente e investigador na Universidade de Aveiro (UA), há muito empenhado na defesa de urbes pensadas para usufruto de quem habita o seu quotidiano. Se ao longo da História a instalação desta peça de mobiliário urbano espelhou uma “preocupação de coesão social”, os últimos anos parecem ser de “retrocesso” em algumas geografias, avisa. Há quem fale dos bancos públicos como uma espécie em vias de extinção. Sentar nas cidades – para descansar, contemplar, ler, jogar, conversar, comer, namorar – tornou-se um “luxo” acessível apenas a quem pode pagar por ele?

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