Depois da Vodafone, BT Group anuncia corte de 55 mil postos de trabalho até 2030
Maior digitalização das operações vai levar a um corte no número de trabalhadores nos próximos sete anos, anunciou esta quinta-feira a multinacional que tem Patrick Drahi como accionista.
Depois de a Vodafone ter anunciado esta semana que prevê despedir 11 mil pessoas nos próximos três anos, outra multinacional das telecomunicações anunciou uma redução drástica da sua força laboral, justificada por uma maior digitalização das operações.
O BT Group, líder de mercado do Reino Unido, anunciou esta quinta-feira que até ao final da década a sua força de trabalho terá encolhido cerca de 40%. Segundo o comunicado divulgado esta quinta-feira pela empresa que nasceu da antiga British Telecom, entre 2028 e 2030, vão desaparecer entre 40 mil e 55 mil postos de trabalho.
Sem dar detalhes sobre os moldes em que esta redução vai acontecer – se apenas com despedimentos colectivos ou programas de saídas negociadas – a empresa refere que serão abrangidos empregos directos e subcontratados, de um total actual de 130 mil trabalhadores.
Este movimento transformará a empresa que tem como maior accionista individual Patrick Drahi (com 18%, depois de uma participação inicial de 12%), líder do grupo Altice, numa “empresa mais flexível, com um futuro mais brilhante”, assegurou o presidente executivo do BT Group, Philip Jansen, sobre o qual se tem noticiado nas últimas semanas que tem os dias contados na companhia.
Em consequência do anúncio, as acções do BT Group estavam a cair perto de 8% na bolsa de Londres, valendo 137 libras.
A redução de pessoal deverá começar depois de a empresa completar a expansão da sua rede de fibra óptica: “Ao digitalizarmos a forma como trabalhamos e ao simplificarmos a nossa estrutura, no final da década, o BT Group vai assentar numa força de trabalho muito mais reduzida, com uma estrutura de custos significativamente menor”, afirmou Jansen, em comunicado.
O anúncio dos futuros cortes de pessoal veio em simultâneo com a divulgação das contas do ano fiscal terminado a 31 de Março de 2023, em que a empresa aumentou o resultado líquido em 50%, de 1,27 mil milhões de libras (1,4 mil milhões de euros ao câmbio actual), para 1,9 mil milhões de libras (2,1 mil milhões de euros).
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) subiu 5%, para cerca de nove mil milhões de euros.
A BT tinha uma dívida líquida de 21,7 mil milhões de euros no final de Março (quase tanto como o valor das receitas do período, que foram cerca de 23,6 mil milhões de euros, com uma queda de 1%).
A dívida líquida subiu cerca de 977 milhões de euros, “devido essencialmente ao contributo para o fundo de pensões [dos trabalhadores] no valor de 1,15 mil milhões de euros, explica a empresa no comunicado de divulgação de resultados. Com o corte de pessoal, esta será uma despesa que a empresa vai reduzir drasticamente.
Além do Reino Unido e Irlanda, a BT tem presença em diversos países europeus, como Espanha, França ou Alemanha, e também nos Estados Unidos, Canadá, Brasil ou Argentina, entre outros.