Incêndios: ministro pede “amplo consenso político” e mudança de mentalidades

José Luís Carneiro discursou na abertura do segundo dia da oitava Conferência Internacional de Incêndios Florestais, que decorre no Porto

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Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. Daniel Rocha

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, apelou hoje para a criação de um "amplo consenso político" quanto à questão dos incêndios, bem como uma mudança de mentalidades, frisando também o papel da comunicação social na questão.

"Implica um amplo consenso político e social porque, no nosso entender, esta matéria tem muito que ver com a cultura e com as mentalidades", disse hoje José Luís Carneiro num discurso de abertura do segundo dia da oitava Conferência Internacional de Incêndios Florestais, que decorre no Porto.

Para o ministro, "a cultura e as mentalidades são mesmo o que há de mais essencial nas nossas atitudes e nos nossos comportamentos, e é por isso que essa é mesmo a grande transformação que precisamos de fazer".

"Somente o ordenamento do território, a organização da propriedade, o uso económico, social e ambiental da floresta, a par com a alteração da estrutura da paisagem, e o uso sustentável da biodiversidade, permitirá dar perspectivas de futuro sustentável", disse o ministro.

Segundo José Luís Carneiro, atingir tais objectivos impõe "um amplo consenso político e um amplo consenso social", ponto a que regressou mais tarde no seu discurso, que durou mais de 20 minutos.

"A mudança que se exige e que tem vindo a ser prosseguida através, nomeadamente, da materialização, entre outros instrumentos, do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, é uma mudança sistémica que assume um compromisso de longo prazo de toda a comunidade nacional, com novas abordagens, com a adequação de comportamentos e atitudes e com melhor gestão do risco", considerou.

O ministro reiterou que tal "exige um amplo pacto político entre as forças políticas e sociais", mas acrescentou que "não dispensa um compromisso da comunicação social para um uso da informação e da comunicação que seja também indutor de atitudes e de comportamentos".

"E por isso o apelo que aqui deixo, também, à comunicação social", referiu.