Na década de 60 do século passado, Portugal vivia num regime ditatorial e, por isso, partilhar ideias com terceiros podia nem sempre ser o mais seguro. As paredes tinham ouvidos, as ruas tinham olhos e para chegar aos calabouços da PIDE não era preciso mais do que uma boca pronta a falar, algumas vezes, em troca de alguns escudos. Ainda assim, no Porto, como noutras cidades portuguesas, existiam fóruns mais ou menos à prova de bala onde as elites culturais tinham espaço para tirar do peito algum do peso que se ia acumulando por força do regime político da época.
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