Há japoneses que têm aulas para reaprender a sorrir depois das máscaras

Com o uso obrigatório de máscaras no Japão, houve quem desenvolvesse um complexo com o sorriso. Assim que o deixaram de ser obrigatórias, em Março, a procura por aulas para reaprender a sorrir subiu.

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Há japoneses que têm aulas para reaprender a sorrir depois das máscaras Max Anderson/Unsplash
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O Governo japonês decretou, em Março, o fim da obrigatoriedade do uso de máscara no país, mas a medida deu origem a um novo problema: há japoneses que já não sabem como sorrir.

Depois de três anos de pandemia, que obrigou ao uso diário de máscara em locais públicos, há quem esteja a recorrer a especialistas para reaprender a sorrir. “Com as regras sobre o uso de máscaras, as pessoas tiveram menos oportunidades de sorrir e muitas desenvolveram um complexo em relação a isso”, destacou a especialista de “educação do sorriso” Keiko Kawano, citada pelo Guardian.

Segundo Kawano, o número de participantes, na grande maioria mulheres, aumentou “quatro a cinco vezes” desde Fevereiro, mês em que o Governo do Japão anunciou, pela primeira vez, que o fim da obrigatoriedade do uso de máscara estava iminente.

Estas sessões para “aprender a sorrir têm uma duração de 90 minutos. Numa primeira fase, os exercícios consistem em movimentos para relaxar os músculos da cara. De seguida os participantes pegam num espelho e ajustam as expressões até ficarem satisfeitos com o sorriso.

“Movimentar e relaxar os músculos faciais é a chave para um bom sorriso. Quero que as pessoas passem um tempo a sorrir de forma consciente pelo bem-estar físico e mental”, acrescentou a treinadora.

Akiko Takizawa, 79 anos, é uma das participantes. Segundo o mesmo jornal, a mulher conta que não sorria em público desde o início da pandemia e acabou por se esquecer da importância deste movimento.

Kawano afirma já ter ensinado mais de quatro mil pessoas a reaprender a sorrir nos últimos seis anos. As técnicas desta treinadora também ficaram conhecidas depois de uma apresentadora de televisão japonesa ter publicado um vídeo no Twitter onde mostrava alguns dos exercícios, escreve o New York Times, acrescentando que cada sessão custa 540 euros sem contar com o seguro de 597 euros.

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