Sunak recebeu Zelensky e prometeu-lhe “centenas” de drones e mísseis de longo alcance

Presidente da Ucrânia finalizou périplo europeu com visita ao Reino Unido. Primeiro-ministro britânico confirmou treino de pilotos ucranianos, mas o fornecimento de aviões da RAF não está nos planos.

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Sunak recebe Zelensky com um abraço EPA/SIMON DAWSON/NO 10 DOWNING STREET HANDOUT
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Zelensky e a sua comitiva foram recebidos na famosa casa de campo de Chequers EPA/SIMON DAWSON/NO 10 DOWNING STREET HANDOUT
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Uma breve conversa junto às bandeiras da Ucrânia e do Reino Unido EPA/SIMON DAWSON/NO 10 DOWNING STREET HANDOUT,EPA/SIMON DAWSON/NO 10 DOWNING STREET HANDOUT
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Sunak e Zelensky à conversa, à margem do encontro Reuters/POOL
Mais um abraço entre os dois líderes
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Mais um abraço entre os dois líderes EPA/SIMON DAWSON/NO 10 DOWNING STREET HANDOUT
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Três meses depois de ter feito um discurso histórico no Parlamento de Westminster, em Londres, Volodymyr Zelensky voltou a pisar solo britânico nesta segunda-feira, naquela que foi a segunda visita-surpresa do Presidente ucraniano ao Reino Unido desde o início da invasão russa da Ucrânia, há pouco mais de um ano.

Após passagens por Roma, Berlim e Paris, Zelensky foi recebido pelo primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, em Chequers – a residência oficial de férias dos chefes de governo britânicos, no condado inglês de Buckinghamshire (a noroeste de Londres) – que lhe prometeu mais armas, mais apoio militar, o início das sessões de treino de pilotos ucranianos e a organização de uma conferência, em Junho, destinada a angariar fundos para a reconstrução da Ucrânia.

Segundo Downing Street, o armamento prometido por Sunak abarca “centenas de mísseis de defesa antiaérea e de outros sistemas aéreos não tripulados, incluindo centenas de novos drones de ataque de longo alcance” com capacidade para atingir alvos “a mais de 200 quilómetros” de distância.

Estas promessas surgem poucos dias depois de o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, ter revelado que o Reino Unido foi o primeiro país ocidental a avançar com a entrega de mísseis ar-terra Storm Shadow ao Exército ucraniano, que lhe permitirão atacar alvos até 250 quilómetros de distância.

Dos governos alemão e francês, Zelensky recebeu a garantia de mais tanques, mais carros de combate e mais unidades de defesa antiaérea, entre outro tipo de armamento.

Ainda que o Presidente ucraniano tenha preferido não levantar o véu sobre os planos de guerra ucranianos, esta nova vaga de material bélico que os países europeus vão fornecer à Ucrânia reforça a tese de que o seu Exército está a preparar uma contra-ofensiva em larga escala nos territórios ocupados pelas forças da Federação Russa.

“Este é um momento crucial para a resistência da Ucrânia a uma terrível guerra de agressão que não escolheu ou provocou. Eles [os ucranianos] precisam do apoio sustentado da comunidade internacional para se defenderem”, afirmou Sunak, que sublinhou o facto de Zelensky ter sido o primeiro líder estrangeiro que recebeu em Chequers, um lugar famoso pelos discursos de Winston Churchill durante a II Guerra Mundial.

“As linhas da frente da guerra de agressão de [Vladimir] Putin podem estar na Ucrânia, mas as linhas de fractura estendem-se por todo o mundo”, acrescentou. “É do nosso total interesse garantir que a Ucrânia seja bem-sucedida e que a barbárie de Putin não seja recompensada.”

Pouco depois do encontro, e no contexto da sua última visita ao Reino Unido – em que pediu aviões de guerra ou “asas para a liberdade” –, Zelensky repetiu que o objectivo da Ucrânia é convencer os seus aliados a “criar uma coligação de caças”.

O Governo de Sunak insistiu, no entanto, que a Força Aérea (RAF) do Reino Unido não está a planear enviar aviões de combate britânicos para o país invadido pela Rússia.

O treino de pilotos ucranianos, que vai começar no Verão, está, isso sim, enquadrado nos “esforços do Reino Unido para trabalhar com outros países para fornecer caças F16”, os aviões americanos usados pela NATO, esclareceu um porta-voz do executivo tory.

“Não há planos [para enviar aviões britânicos]. Os ucranianos tomaram a decisão de treinar os seus pilotos nos F16 e saberão que a RAF não opera com esses [aviões]”, sinalizou.

O encontro entre Rishi Sunak e Volodymyr Zelensky em Chequers acontece poucos dias antes de uma importante cimeira de chefes de Estado e de Governo dos países do G7 (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá) em Hiroxima, no Japão, onde se discutirão os novos passos dos planos do Ocidente para apoiar a Ucrânia.

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