De esperança do Ocidente a homem-forte megalómano
Erdogan luta agora pela sobrevivência política. Se perder, o que fará? Os autocratas não costumam reconhecer os resultados das urnas que não lhes são favoráveis.
1. Quando chegou ao poder, em 2003, Recep Tayyip Erdogan foi recebido com enorme expectativa pelas democracias ocidentais. Os Estados Unidos e a Europa viviam ainda sob as ondas de choque do 11 de Setembro. A preocupação dos líderes ocidentais com o fundamentalismo islâmico, que se alastrava pelo Grande Médio Oriente, era encontrar uma forma de provar que o islão não tinha de ser incompatível com a democracia. Erdogan parecia o homem certo no lugar certo. Apresentava-se como um líder islamista moderado, prometia respeitar o secularismo turco, instaurado pelo fundador da Turquia moderna – Kemal Ataturk. Reafirmara, além disso, o seu compromisso com o caminho da Turquia em direcção à União Europeia e a sua ligação ao Ocidente.
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