A inteligência artificial não é imprevisível e, portanto, “não pode ser criativa”

Daniel Innerarity recusa o “pânico” e reforça que a inteligência artificial pode criar um espaço diferenciado para a arte. O filósofo basco falou em conferência da Sociedade Portuguesa de Autores.

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Daniel Innerarity abriu a conferência da Sociedade Portuguesa de Autores dedicada à inteligência artificial PEDRO FAZERES
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A nona sinfonia de Beethoven é, certamente, a mais conhecida do compositor alemão – o Hino da Alegria, a canção da União Europeia, é uma recomposição de um dos últimos andamentos desta obra. Mas esta é a última sinfonia de Beethoven e marca uma ruptura com as outras obras do compositor, ou uma “descontinuidade”, como lhe chama o filósofo basco Daniel Innerarity. Como a inteligência artificial se baseia nos dados anteriores, seria impossível ter criado a nona sinfonia de Beethoven. “Nenhum programa de inteligência artificial podia compor as obras tardias de Beethoven porque é imprevisível face ao que existia. A inteligência artificial não pode ser criativa porque é incapaz de produzir descontinuidade”, sublinhou Daniel Innerarity numa palestra organizada pela Sociedade Portuguesa de Autores, no âmbito da conferência Inteligência Artificial e Cultura – Do Medo à Descoberta, realizada esta sexta-feira na Fundação Cidade de Lisboa.

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