Música
Rap e música tradicional cruzam-se em Canção das Maias, a anunciar um álbum de Riça
O álbum já tem nome e data: vai chamar-se Diabos m’Elevem e deve ser publicado, segundo os seus promotores, no último trimestre do ano pela Biruta Records. A anunciá-lo, o músico, rapper e compositor paredense Riça (alter-ego de José Leal, nascido no concelho de Paredes, distrito do Porto, no dia 14 de Abril de 1994) publica esta sexta-feira um primeiro single, Canção das Maias, onde o rap se cruza com a música tradicional portuguesa, conceito em que assentará o álbum.
Na canção agora revelada, segundo o texto que a acompanha, Riça “foca-se em questões de saúde mental e conflitos internos, através de metáforas com a figura do Careto de Podence, a tradição das Maias, bruxaria e a actividade da caça. Recorre também a ferramentas musicais deste universo, desde o registo rítmico, uso de trava-línguas até à polifonia de vozes. Nota ainda para as participações de José Poças (vozes adicionais) e Pedro “Chuaga” Oliveira (guitarra eléctrica).” O vídeo deste tema “denso, carregado de simbolismo”, foi criado pelo estúdio artístico Mestria.
Riça publicou as suas primeiras experiências no YouTube, com Cantiga dos parvos (2013), Dr. Zé Ninguém (2014) e Kadunta (2015), seguindo-se-lhes um primeiro EP, em 2016, intitulado Bicho com Mau Gosto. Este foi publicado em formato físico e digital, com a participação de convidados como Kass, Lazy, Antiq e Extremista. Um dos temas do EP, Punhos no ar, homenageava, com um videoclipe, os presos políticos angolanos; e outra, É lá na bouça, era, recorda-se no texto já citado, “já nessa altura uma das poucas músicas no meio Hip Hop a falar abertamente sobre as periferias rurais, em contraste com o típico relato de meios urbanos intimamente ligados ao rap”. Em 2019, a convite do rapper e produtor Keso, lançou o single Dragão IV e em 2020 fez Napoleão Precário, “um storytelling épico sobre a gentrificação do Porto, recheado de detalhes surreais e personagens características da cidade”. Ainda em 2020, entrou na compilação Sinceramente Porto, de Keso.