Mais dois comandantes da Jihad Islâmica mortos na Faixa de Gaza

Em Israel, um rocket matou uma pessoa numa localidade perto de Telavive. Continuam negociações mediadas pelo Egipto.

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Rocket disparado da Faixa de Gaza atingiu um prédio de quatro andares nos arredores de Telavive ABIR SULTAN/EPA
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Funeral de Ahmed Abu Daqqa, comandante da unidade de rockets da Jihad Islâmica na Faixa dde Gaza IBRAHEEM ABU MUSTAFA/Reuters
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Em mais um dia de ataques na Faixa de Gaza, as forças israelitas anunciaram que mataram mais dois comandantes da Jihad Islâmica no território. O chefe do comando Sul das Forças Armadas de Israel, Eliezer Toledano, disse que para “maximizar o potencial da operação em Gaza” quer para si dizer “matar mais operacionais da Jihad Islâmica”, cita o diário Haaretz.

“Quem quer que venha fazer-nos mal, o seu sangue está perdido”, declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que publicou nas redes sociais uma imagem numa base militar dando a entender que a operação deveria continuar. O jornalista Barak Ravid questionava o objectivo da continuação, comentando que “mais uma vez, Netanyahu não sabe parar uma operação”.

Já em Israel registou-se a primeira morte desde o início da operação, quando um rocket atingiu directamente um prédio de quatro andares em Rehovot, perto de Telavive, deixando uma pessoa morta e pelo menos quatro feridas.

A violência, com ataques israelitas sobre a Faixa de Gaza e rockets disparados pela Jihad Islâmica contra Israel, dura desde a madrugada de terça-feira, quando uma série de ataques mataram três comandantes da Jihad Islâmica – com as mortes desta quinta-feira, são já cinco os comandantes mortos.

Os primeiros ataques causaram ainda dez vítimas civis, entre elas quatro mulheres e quatro crianças, o que as Nações Unidas consideraram “inaceitável”, cita a emissora britânica BBC.

Esta quinta-feira, um ataque contra um apartamento em Khan Younis matou o responsável pela unidade de rockets da Jihad Islâmica e horas mais tarde o seu “número dois” foi morto num ataque numa localidade perto. O Hamas parece manter-se, até agora, fora do conflito, como aconteceu num conflito semelhante no ano passado.

Foram lançados pelo menos 547 morteiros e rockets a partir da Faixa de Gaza, e destes 153 caíram ainda em território palestiniano ou no mar, segundo o exército de Israel. Dos 394 que chegaram a Israel, a maioria foram interceptados ou aterraram em terreno aberto. Além da morte desta quinta-feira, houve ainda pessoas feridas a correr para os abrigos, segundo as autoridades locais de saúde citadas pela BBC.

O conflito actual está a opor Israel e a Jihad Islâmica, um grupo que nasceu na Faixa de Gaza da insatisfação dos palestinianos no início dos anos 1980 e que sempre tem tido uma relação de tensão com o maior grupo islamista palestiniano, o Hamas.

Esta tensão acentuou-se quando o Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza em 2007 – depois de ter decidido participar no processo político, vencido as eleições, negociado com a Fatah para um governo de unidade nacional e acabado por entrar em conflito com a facção secular, do que resultou a tomada de poder do Hamas na Faixa de Gaza e da Fatah na Cisjordânia.

O Hamas ficou, desde então, com o fardo da governação do território, o que limita a sua disposição de atacar Israel e sofrer consequências para a população, enquanto a Jihad Islâmica tem capitalizado com esta moderação do Hamas, disse o especialista Erik Skare, da Universidade de Oslo, que escreveu dois livros sobre a Jihad Islâmica, em declarações à BBC.

O movimento tem o seu centro de poder na Faixa de Gaza, e desde a segunda intifada não teve praticamente presença na Cisjordânia – “até recentemente ter conseguido uma posição com uma nova geração que não teve a experiência da segunda intifada e os seus efeitos devastadores para as gerações mais velhas”, disse Skare.

Há mais de um ano que tem havido violência na Cisjordânia com incursões israelitas no Norte, sobretudo em Nablus e Jenin, ataques de colonos judaicos contra palestinianos e, no Estado hebraico, ataques de palestinianos contra israelitas.

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