Roma supera Leverkusen, Sevilha obriga Juventus a sofrer
Final italiana na Liga Europa continua no horizonte de Mourinho e Allegri, mas recordistas da prova podem sonhar com o sétimo troféu, enquanto os alemães não perdem a esperança.
Tudo adiado para a segunda mão das meias-finais da Liga Europa, com os italianos da Juventus salvos pelo gongo - com um golo já depois de esgotados os seis minutos de compensação -, mas ainda assim obrigados a reverterem um resultado negativo (1-1) na deslocação a casa do rei da competição, o recordista Sevilha. No outro encontro, a Roma de José Mourinho revelou ser mais competente do que o Bayer Leverkusen (herdeiro natural da coroa do Eintracht Frankfurt), que os italianos bateram por 1-0, podendo espreitar, ainda que de forma tímida, uma das vagas na final de Budapeste, a 31 de Maio.
Com estes resultados, continua de pé a possibilidade de uma quinta final italiana na competição (desde que era designada por Taça UEFA), a primeira desde 1997-98, que o Inter de Ronaldo, Zamorano, Simeone e Djorkaeff conquistou frente à Lazio de Eriksson e Nedved. Agora, quem está na berlinda é a vizinha Roma, que há dois anos falhou a final, mas que agora, com Rui Patrício a deter o recorde de futebolista com mais jogos na Liga Europa (67 presenças), alimenta o sonho de ser coroada na Puskás Arena.
Patrício que esteve em plano de destaque no início do encontro desta quinta-feira, fase em que o Bayer Leverkusen dispôs de duas excelentes oportunidades por intermédio de Robert Andrich e Florian Wirtz para assumir o comando do marcador no Olímpico de Roma.
Os alemães, detentores de uma Taça UEFA conquistada frente ao Espanyol na edição de 1987-88, estavam dispostos a garantir a presença na final de Budapeste. Mas o Bayer Leverkusen nunca foi capaz de pressionar ou condicionar o jogo dos romanos, sempre organizados e pacientes, mas também incisivos, como no lance de Roger Ibañez perto dos 20 minutos, um cabeceamento que obrigou Hradecky a intervir para evitar o pior.
Os alemães tiveram, a dez minutos do intervalo, uma contrariedade na lesão de Kossounou, substituído por Bakker, numa fase em que nenhuma equipa parecia capaz de alterar o rumo do jogo antes do descanso. No reatamento, o encontro tornou-se mais nervoso e exigente do ponto de vista disciplinar, com sucessivas picardias que acabaram por beneficiar os italianos. A Roma colocou-se mesmo em vantagem numa transição rápida, com Abraham e Bove a combinarem bem e o italiano a bater, na recarga, após remate à meia volta do inglês, o guarda-redes finlandês do Bayer Leverkusen (63’).
José Mourinho estava em vantagem frente ao antigo campeão do mundo e europeu Xabi Alonso, treinado pelo português nos anos de Real Madrid, e em posição de forçar o adversário vindo da Liga dos Campeões (terceiro classificado do grupo B, do FC Porto) a ceder o suficiente para construir um resultado que permitisse aos “giallorossi” acalentarem uma candidatura mais sólida à segunda final europeia consecutiva (depois da conquista da Liga Conferência), o que em 2020-21 falharam sob o comando técnico do também português Paulo Fonseca.
Sevilha deixa fugir triunfo
Mais dificuldades teve a Juventus, que começou mal diante do Sevilha, a permitir algumas liberdades a Lucas Ocampos - Szczesny teve de intervir em cima do primeiro quarto de hora de jogo para suster um cabeceamento do avançado -, o que acabou por resultar no golo de Youssef En-Nesyri (26’), na sequência de uma assistência do argentino.
Antes ainda do golo do marroquino do Sevilha, a Juventus enfrentava alguns constrangimentos, sempre com Ocampos muito presente na zona de finalização e a falhar o alvo por muito pouco. Depois do golo, os italianos ainda ameaçaram, mas o lance teria de passar pelo crivo do videoárbitro caso Yassine Bono não tivesse oferecido o corpo à bola por duas vezes na mesma jogada.
Com o estatuto de campeão da prova, que venceu por seis vezes, o Sevilha continuava a criar problemas que a Juventus resolvia invariavelmente por Szczesny, fosse a remate de Rakitic ou de En-Nesyri. Mas o melhor ficou reservado para o fim, com Gatti a consumar de cabeça, em cima da linha de golo (90+6’), o empate que evitou um desaire de efeitos imprevisíveis em Turim.