Israel e Jihad Islâmica atacam-se mutuamente enquanto Hamas parece continuar à margem

Morreram 21 pessoas na Faixa de Gaza vítimas dos ataques de Israel. Esta quarta-feira foram lançados mais de 270 rockets a partir de território palestiniano.

mundo,israel,faixa-gaza,palestina,medio-oriente,
Fotogaleria
Local atacado pela aviação israelita na Faixa de Gaza IBRAHEEM ABU MUSTAFA/Reuters
mundo,israel,faixa-gaza,palestina,medio-oriente,
Fotogaleria
Sistema anti-rocket de Israel: a maioria dos projécteis disparados foram interceptados AMIR COHEN/Reuters
mundo,israel,faixa-gaza,palestina,medio-oriente,
Fotogaleria
Local atingido por um rocket palestiniano, em Sderot, perto da Faxa de Gaza AMMAR AWAD/Reuters
Ouça este artigo
--:--
--:--

Israel manteve o estado de alerta no Sul e estendeu-o a Telavive, depois de uma série de rockets disparados pela Jihad Islâmica contra o seu território, enquanto levava a cabo uma série de ataques na Faixa de Gaza contra o movimento islamista.

“Estamos a ver-vos para onde quer que vão, não se podem esconder”, disse o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dirigindo-se aos responsáveis da Jihad Islâmica, não mencionando as negociações para um acordo de cessar-fogo que estava a ser conversado, mas que aparentemente terá falhado, segundo o diário israelita Haaretz.

Os ataques lançados pela aviação israelita na Faixa de Gaza começaram na madrugada de terça-feira, provocando 13 mortos – três eram comandantes da Jihad Islâmica e dez eram civis. Um ataque seguinte durante o dia matou dois palestinianos em Khan Younis, no Sul da Faixa de Gaza.

Esta quarta-feira morreram seis pessoas, entre elas, uma menor e quatro homens identificados como membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina.

O Estado hebraico sublinhou que os ataques eram contra a Jihad Islâmica e não contra o Hamas, o movimento no poder na Faixa de Gaza. O Hamas diz que participou nos ataques contra Israel; fontes israelitas afirmam não ver pistas do seu envolvimento. Israel tinha avisado que se o Hamas entrasse no conflito, sofreria as consequências, incluindo o seu líder ser alvo de assassínio.

No conflito anterior entre Israel e a Jihad Islâmica, no ano passado, o Hamas ficou de fora, e desta vez alguns analistas sublinham que a transformação de um conflito relativamente pequeno num alargado dependeria da acção deste movimento.

As Forças Armadas de Israel dizem que esta quarta-feira foram lançados mais de 270 rockets desde a Faixa de Gaza contra Israel, dos quais 62 foram interceptados, 65 caíram ainda dentro da Faixa de Gaza, três atingiram a área metropolitana de Telavive e mais três noutras zonas de Israel. O jornalista Neri Zilber comenta no Twitter que isto dá peso à ideia de que foram utilizados rockets da Jihad Islâmica, que serão menos eficazes do que os do Hamas.

Os dois movimentos são apoiados pelo Irão (que protagonizou um momento de mudança na região ao reconciliar-se com a Arábia Saudita) e têm semelhanças, mas o Hamas decidiu participar no processo político e entrar em eleições, vencendo as legislativas de 2006 – o que levou depois a um conflito interno, com a Fatah, que terminou com o Hamas no poder em Gaza e a Fatah na Cisjordânia.

A Jihad Islâmica manteve sempre o foco no combate armado, e não tem de pesar, como tem o Hamas, as consequências de lançar ataques contra Israel para a população do território, já sujeita a condições de vida muito precárias, com várias horas sem electricidade por dia, por exemplo, e uma enorme dificuldade em sair.

Israel fechou ainda os pontos de entrada e saída de pessoas e bens, cortando as hipóteses às pessoas que têm autorização de sair para tratamento médico e impedindo a entrada de ajuda humanitária.

Na semana passada, a Jihad Islâmica lançou mais de cem rockets contra Israel na sequência da morte de Khader Adnan, de 45 anos, que era membro do movimento, numa prisão israelita, na sequência de uma greve de fome de protesto contra as condições da sua detenção.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários