PSuperior Talks: qual será o impacto da inteligência artificial na saúde?

A quarta conferência das PSuperior Talks debruçou-se sobre os desafios da inteligência artificial na prestação de cuidados de saúde.

Foto
A quarta conferência da quarta edição das PSuperior Talks teve lugar na Escola de Medicina da Universidade do Minho, em Braga DR
Ouça este artigo
--:--
--:--

A Inteligência Artificial está aos poucos a conquistar terreno em diversos sectores – e o da saúde não é uma excepção. Da medicina de precisão ao apoio ao diagnóstico e até a intervenções cirúrgicas, são inúmeras as potencialidades e aplicações possíveis. Mas qual será o verdadeiro impacto desta tecnologia na medicina do futuro? Quais são as aplicações possíveis na área do diagnóstico, da prevenção e da terapêutica? Dedicada à intersecção entre as esferas da tecnologia e da saúde, a quarta conferência da quarta edição das PSuperior Talks, que teve lugar nesta terça-feira na Escola de Medicina da Universidade do Minho, em Braga, reuniu especialistas para debater o tema e oferecer possíveis respostas.

A primeira parte da sessão contou com intervenções individuais de Préstimo Guerreiro, director do sector de saúde da NTT DATA Portugal, de Luís João, head of public sector da Google Cloud Portugal e ainda de Maria Manuel Salazar directora de serviço de sistemas de informação do Centro Hospitalar Universitário de Santo António, no Porto. Vasco Cremon de Lemos, presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, participou remotamente, fazendo uma apresentação sobre a inteligência artificial na formação dos futuros médicos.

Às quatro apresentações individuais, seguiu-se uma mesa-redonda, moderada por Andréia Azevedo Soares, jornalista do PÚBLICO, que contou com a presença de Luís João — que transitou da primeira para a segunda parte da conferência —, Ricardo Constantino, head of health and public sector da NTT DATA Portugal, Rita Veloso, vogal executiva do Centro Hospitalar Universitário de Santo António, e ainda Sandro Queirós, investigador da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

A tecnologia pode substituir os médicos?

Um dos vários temas discutidos durante a conferência foi a possibilidade de aplicações tecnológicas retirarem ou diminuírem o poder dos profissionais de saúde, quer na tomada de decisão clínica, quer do ponto de vista simbólico. As respostas do painel apontaram para uma posição consensual, baseada na ideia de que inteligência artificial vem apoiar os médicos, jamais substituí-los.

Ricardo Constantino frisou a importância de os médicos estarem familiarizados com as novas possibilidades abertas pela tecnologia. “A inteligência artificial não pode ser uma caixa preta para os profissionais de saúde”, afirmou o responsável da NTT Data. Pelo contrário, “deve ser vista como mais um recurso que estas equipas integradas de medicina utilizam e é importante que percebam a base científica do daquele modelo que os apoia”, concluiu.

Luís João posiciona-se do mesmo modo. “Os médicos não perdem poder, ganham recursos, que lhes permitem aumentar a produtividade e a eficiência, e a maximizar [a qualidade] de toda a prestação dos cuidados de saúde — é por isso que penso que não estamos a tirar nenhum poder aos médicos”, afirmou o responsável da Google Cloud Portugal.

A próxima conferência decorre no próximo dia 6 de Junho e tem como mote o “voluntariado jovem e a transformação social”.

Sugerir correcção
Comentar