Abril seco e quente deixou 89% do país em situação de seca

No boletim sobre Abril do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) assinala-se ainda que foi o terceiro Abril mais seco e o quarto mais quente desde 1931. Choveu apenas 23% do valor normal.

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Barragem de Odeleite, em Castro Marim LUSA/LUÍS FORRA
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Muito quente e extremamente seco. Foi assim o mês de Abril de 2023 em Portugal continental, resume o boletim mensal do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IMPA). Feitas as contas, após três ondas de calor, foi o quarto Abril mais quente desde 1931 com um valor médio da temperatura média do ar de 16,59 graus Celsius, ou seja, mais 3,43 graus do que a média no período entre 1971 e 2000. No final de Abril, 89% do território estava em seca, com 34% nas classes de seca severa e extrema.

No que se refere à temperatura máxima o registo confirma "a mais alta desde 1931 com um valor médio de 23,77 graus Celsius, 5,59 graus acima do valor normal". O boletim do IPMA confirma assim o recorde batido no critério da temperatura máxima. "Foram registadas três ondas de calor no território continental, que afectaram as regiões do interior Norte e Centro, vale do Tejo, Alentejo e sotavento Algarvio", lê-se no documento que assinala ainda a falta de chuva: "Foi o terceiro Abril mais seco desde 1931 (o mais seco foi em 2017, 11,5 mm) com uma precipitação total de 18,2 mm que corresponde a 23% do valor normal".

O IPMA destaca ainda o dia 27 de Abril, com uma temperatura média de 22,21 graus e que "foi o dia de Abril mais quente dos últimos 16 anos em Portugal continental".

Durante o mês verificaram-se valores diários da temperatura média e máxima do ar, quase sempre acima do valor médio mensal do período de referência de 1971-2000, em especial nas regiões do interior Norte e Centro, vale do Tejo e Alentejo.

Sobre a chuva, ou a falta dela, o IPMA recorda que durante Abril "ocorreram valores de precipitação mais significativos na primeira quinzena do mês e em especial na região litoral Norte e Centro". De resto, notou-se uma diminuição muito significativa da percentagem de água no solo em todo o território, descreve o boletim, detalhando que nas "regiões do Nordeste Transmontano, Vale do Tejo, Baixo Alentejo e Algarve com valores de percentagem de água no solo foram inferiores a 10 % e com alguns locais ao nível do ponto de emurchecimento permanente".

Assim, avaliando o rasto da seca meteorológica deixada por Abril "verificou-se um aumento significativo da área e da intensidade". "Destaca-se a região Nordeste na classe de seca moderada e na região sul os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro nas classes de seca severa a extrema".