ADN mostra que ursa capturada por matar homem em Itália está inocente. Activistas pedem libertação

Os exames de ADN provam que foi um urso macho que matou o italiano Andrea Papi em Abril. Contudo, presidente da província mantém a vontade de abater a ursa JJ4e espera autorização do tribunal.

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Testes de ADN provam que a ursa JJ4 não matou Andrea Papi durante um ataque Leal Lega Antivivisezionista/Facebook
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Um grupo de activistas dos direitos dos animais de Itália pediu, na segunda-feira, a libertação imediata da ursa JJ4 capturada por, alegadamente, ter atacado e matado um corredor em Trentino, nos Alpes italianos, no início de Abril. Depois de se fazerem testes de ADN, os activistas acreditam ter provado a inocência do animal.

O animal tinha antecedentes: afinal, não foi a primeira vez que JJ4 atacou habitantes da região. A diferença foi que este último acidente resultou na morte do corredor Andrea Papi, 26 anos, o que não só desencadeou uma "caça ao urso" pelas montanhas da aldeia de Caldes, como originou um pedido de abate do animal, promovido pelo presidente da província de Trento, Maurizio Fugatti. A ordem foi, por enquanto, suspensa pelo tribunal administrativo porque há dúvidas se foi um urso ou uma ursa a matar o jovem.

De acordo com as autoridades, as marcas dos dentes nos braços, peito e pescoço de Andrea coincidem com os da ursa, escreve o Guardian. No entanto, a organização de direitos dos animais Leal Lega Antivivisezionista contesta esses factos e adianta que testes de ADN feitos recentemente a JJ4 provam que o urso que matou o corredor é um macho.

JJ4 está inocente. A Leal [Lega Antivivisezionista] tem a prova”, lê-se na publicação do Facebook.

A associação salienta que, em veterinária, os dentes dos animais “têm o mesmo valor” das impressões digitais dos humanos, o que significa que as afirmações da polícia estão erradas. Segundo o mesmo jornal, o relatório determinou ainda que o urso não viu o homem como uma presa e que o ataque foi antes uma tentativa de se afastar da vítima que o agrediu com um tronco. O objecto foi encontrado junto ao corpo, manchado de sangue.

JJ4, 17 anos, foi levada para um recinto de animais em Castellar onde ficará, pelo menos, até esta quinta-feira, dia 11 de Maio, data em que o tribunal decidirá sobre o seu destino.

Os activistas dizem ter enviado os resultados dos dois exames de ADN realizados à ursa ao tribunal. Já o presidente de Trento mantém a vontade de abater o animal. “JJ4 será morta quando o tribunal permitir”, declarou Maurizio Fugatti na semana passada.

Não é a primeira vez que Fugatti pede o abate do animal: manifestou essa intenção em 2020, quando a ursa atacou dois homens. Nessa altura, o tribunal e rejeitou o pedido e decidiu colocar-lhe um colar com GPS para monitorizar JJ4. O aparelho permitiu saber a sua localização até a bateria terminar.

De acordo com a Reuters, a província de Trento, na região de Trentino, foi repovoada por ursos a partir de 1999 através de um programa financiado pela União Europeia. Neste momento, existem 100 destes animais, mas os encontros com os humanos estão a tornar-se cada vez mais frequentes e tornaram-se um perigo para a população.

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