Hot hatch da Alpine quer ser o primeiro a entrar na “garagem de sonho”

O automóvel que vai chegar no início do próximo ano ainda não é conhecido, mas o carro desenvolvido para se pavonear em exibições e em pista já deixa ver a ideia que Alpine tem para o segmento B.

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Alpine A290_ß DR
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A Alpine, subsidiária da Renault, já acumula uma história de quase sete décadas — foi criada em 1955 — muito associada às corridas. Mas, agora, o desafio é outro: assumir a posição premium dentro da Renault e, ao mesmo tempo, compor o que designam por “garagem de sonho” de modelos 100% eléctricos, sempre de cunho desportivo e com detalhes de exclusividade.

E, ainda antes de revelar o vindouro A290, que partilha plataforma e componentes com o renascido R5, deixa adivinhar o que prepara para o futuro com o A290_β (A290 beta), que se atreve a repensar a forma como um automóvel desportivo pode ser vivido, lançando uma espécie de declaração de intenções com o futuro, no qual não há barreiras que não possam ser derrubadas ou dimensões inatingíveis.

Isso é visível no design, que teve total liberdade de criar, mas também nos materiais escolhidos ou na tecnologia incorporada. Tudo para demonstrar que um automóvel eléctrico pode ser tão apetecível numa pista de corrida, ou nos passeios do dia-a-dia, quanto os carros com motores a combustão, com morte anunciada (a Comissão Europeia determinou que em 2035 deixar-se-á de poder comercializar novos automóveis com motores alimentados por combustíveis fósseis).

No exterior, haverá pouco que será alterado em relação ao modelo de produção e inclui ingredientes que nos transportam facilmente para o universo dos hot hatches (hatchbacks desportivos), com formas musculadas, num automóvel de 4,05 metros de comprimento, que exibe “uma distância entre eixos curta e uma via mais larga para uma condução desportiva e uma maior estabilidade a alta velocidade”, explica a marca.

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No caso do carro de exibição, há uma linha magenta que atravessa o automóvel, para sublinhar a sua força e velocidade e que, pretende a Alpine, “simboliza a ligação homem-máquina”, enquanto a linha azul, que se funde com a magenta, “indica a ligação entre o condutor e os passageiros”.

O que também deverá ser replicado no carro de produção são as características aerodinâmicas: o pára-choques dianteiro tem grandes entradas de ar, os espelhos retrovisores flutuantes são ultrafinos e o pára-brisas estende-se visivelmente sobre o capot.

Já por dentro a conversa é outra (com alguma pena: tendo em conta o nicho que se insere, talvez a diferença fosse uma enorme mais-valia), com apenas três lugares, em posições inusitadas.

O carro de exposição é ainda um hino à potência e à agilidade, com dois motores eléctricos na dianteira e várias especificidades, como o chassis, a suspensão ou gestão do binário, afinadas para obter um comportamento extremamente lúdico, sem esquecer a eficiência. Algo que não se fica pelas montras, já que o show car tem autorização para circular em pista. E parece ter sido feito à medida para isso.

O lugar do condutor situa-se mesmo a meio do carro, tal qual acontece num monolugar de Fórmula 1, existindo ainda dois lugares para o transporte de passageiros: situam-se um de cada lado, ligeiramente desfasados do assento de quem segue aos comandos para trás, prometendo sensações igualmente incríveis.

O radical exercício que é o A290_β, sem os populares ecrãs de info-entretenimento, incorpora um volante com telemetria, sendo o tablier abrilhantado pelas formas dinâmicas e por grandes saídas de ar.

O A290 será um dos três automóveis que, inicialmente, irão integrar a “garagem de sonho”. Os outros dois serão um crossover GT e o substituto do A110, ambos de veia eléctrica. A versão final do hatchback desportivo deverá ser conhecida ainda neste ano, com a produção a iniciar-se em 2024, na ElectriCity, em Douai, França.

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