Canto a Vozes de Mulheres já está inscrito na Lista do Património Cultural Imaterial

Oficializado em 2021, o pedido de inscrição do Canto a Vozes de Mulheres foi agora atendido: já se encontra inscrito na Lista Nacional do Património Cultural Imaterial, para consulta.

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Grupo de Cantadeiras de Terras de Arões DR
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É uma boa notícia, sobretudo para quem se tem batido por esta causa: o processo de inscrição do Canto a Vozes de Mulheres já consta da Lista Nacional do Património Cultural Imaterial e entrou na fase de consulta pública, acessível ao público em geral. Oficializado num encontro decorrido no dia 11 de Setembro de 2021, em São Pedro do Sul, na Beira Alta, o pedido de inscrição teve resposta positiva em finais de Abril, dando assim bom rumo à Associação de Canto a Vozes – Fala de Mulheres, fundada no dia 1 de Março de 2020, reunindo, nesse dia, representantes de 360 cantadeiras de todo o país em Viana do Castelo. Desde essa data, o movimento já conta com um total de 63 grupos corais, juntando-se aos grupos fundadores outros que a ele vão aderindo.

O anúncio da inscrição foi publicado no Diário da República n.º 83/2023, Série II, de 28 de Abril de 2023 (página 82), com o número 86/2023. A consulta pública tem um prazo de 30 dias, até finais do corrente mês de Maio, aceitando até lá mensagens, observações e comentários. Curiosamente, a inscrição ocorreu no fim do mesmo mês em que se estreou, na Antena 2, o programa Vozes ao Alto - Fala de Mulheres, onde se aborda de forma sistemática este canto ancestral. Emitido semanalmente, sempre às segundas-feiras, cada programa tem 5 minutos de duração e abre com um pequeno trecho de um tema de recolha, Tia Baptista, sobre o qual se ouve a voz de Isabel Silvestre (do grupo de Cantares de Manhouce e também cantora solista) dizendo: “Quer queiram quer não, ela já é património.” O programa Vozes ao Alto - Fala de Mulheres, que se estreou a 2 de Abril, é emitido às 11h com repetição às 15h do mesmo dia.

Coordenadora do programa, Margarida Antunes da Silva, que integra a Associação de Canto a Vozes e é fundadora do histórico grupo vocal Cramol, da Biblioteca Operária Oeirense, diz ao PÚBLICO que a inscrição agora concretizada “é de uma importância crucial”: “Por todas as razões que nós já apontámos: o reconhecimento de um património que é de uma enorme riqueza, que é mal conhecido fora das localidades (ou, se se quiser, nacionalmente) e deverá ser conhecido, porque ele faz parte da nossa identidade, enquanto povo e enquanto mulheres.”

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