Microsoft Portugal fala em “ajustes organizacionais” para justificar despedimentos
Despedimento colectivo poderá abranger mais de 100 pessoas.
A vaga de despedimentos que tem atingido as grandes empresas tecnológicas chegou também a Portugal: a Microsoft confirmou nesta segunda-feira que comunicou aos seus trabalhadores o início de “um processo de despedimento colectivo”.
Questionada pelo PÚBLICO, a empresa não esclareceu quantas pessoas serão abrangidas pelo despedimento, mas o site Observador, que avançou a notícia destes despedimentos, refere que estão em causa 112 postos de trabalho.
Em que áreas e funções vão ocorrer estes cortes, também é uma informação que a Microsoft prefere não revelar. O PÚBLICO tem a informação de que os despedimentos serão transversais à empresa.
Os “ajustes organizacionais são uma parte regular, necessária no nosso negócio”, justifica a tecnológica numa declaração sobre o tema. “Priorizar e investir em áreas estratégicas de crescimento para o nosso futuro, dando suporte e apoio aos nossos clientes e parceiros”, é o que a empresa planeia fazer.
“Não tomamos decisões como estas de ânimo leve”, referiu a Microsoft na declaração, em que assegura também estar a “trabalhar de forma próxima com os colaboradores impactados para garantir que são tratados com respeito” e que recebem “apoio durante estas transições”.
O despedimento colectivo é um “mecanismo previsto pela legislação laboral portuguesa quando os despedimentos afectam mais de cinco colaboradores em empresas com 50 ou mais de 50 funcionários”, nota a empresa, que emprega actualmente mais de 1500 pessoas no país.
Em Janeiro, o grupo Microsoft havia anunciado a intenção de eliminar ao longo deste ano cerca de 10 mil postos de trabalho, juntando-se a empresas como a Amazon, o Twitter, a HP e a Meta (dona do WhatsApp, Facebook e Instagram), que também anunciaram milhares de despedimentos ao longo de 2022, uma tendência que se tem mantido este ano, com as quebras de receitas e lucros no sector.
Nos Estados Unidos, o sector tecnológico despediu quase 168 mil pessoas no primeiro trimestre de 2023, ultrapassando em três meses o número de despedimentos de 2022 (164 mil), segundo os dados da plataforma Layoffs.fyi.