No embate dos candidatos, só o Benfica apareceu

“Encarnados” triunfam na Luz por 1-0 sobre o Sp. Braga, com um golo de Rafa Silva. Vantagem do líder sobre o FC Porto cresce para sete pontos e minhotos deixam de pensar no título.

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Rafa marcou o golo do triunfo do Benfica LUSA/JOSE SENA GOULAO
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Se este era um jogo entre dois candidatos ao título de campeão, só um é que apareceu. O Benfica triunfou neste sábado por 1-0 sobre o Sp. Braga e reforçou a sua liderança, agora com 80 pontos, mais sete que o FC Porto – que joga na segunda-feira em Arouca. Quanto aos minhotos, deixam, naturalmente, de ser candidatos e ficam até menos tranquilos na defesa do terceiro lugar, podendo ficar com apenas quatro pontos de vantagem sobre o Sporting, que vai, neste domingo, a Paços de Ferreira.

Talvez seja por ter voltado ao ritmo de um jogo por semana, talvez seja pela injecção de sangue novo no “onze” (Neves e Neres), mas a verdade é que o Benfica parece ter recuperado alguma da energia que mostrou noutras fases da época. E foi com essa disposição que os “encarnados” entraram para o terceiro confronto com um adversário que foi responsável por dois dos seus piores momentos da época – a primeira derrota no campeonato e a eliminação da Taça de Portugal. Havia energia para pressionar, energia para correr, energia mental para não desesperar.

Havia a vontade de ganhar, claro, mas, sobretudo, de marcar uma posição perante um Sp. Braga que estava na Luz para fazer o mesmo, o de marcar posição como candidato ao título.

Desde o primeiro apito, o Benfica foi intenso e proactivo, o Sp. Braga foi calmo e reactivo, uma pressão “encarnada” em modo avalanche que podia e devia ter tido outro resultado no primeiro tempo. Algumas oportunidades, muitas aproximações, zero golos. E o Sp. Braga quase que se limitava a esperar que alguma coisa acontecesse.

Oportunidades claras, só do Benfica. Aos 16’, Gonçalo Ramos vai com a bola dominada até à linha de fundo, mete para a área, onde Borja cabeceia para fora antes de João Mário ter a oportunidade de alvejar a baliza de Matheus.

Pouco depois, aos 20’, o defesa colombiano volta a ser importante, com um corte providencial a uma jogada de Neres que tinha Rafa como destinatário.

Aos 22’, Matheus defende um remate à queima-roupa de Neres, aos 24’ uma incursão perigosa de Aursnes pela direita volta a criar sobressaltos à defesa bracarense, e, aos 39’, João Mário, falha o alvo após um excelente cruzamento de Neres.

Em resposta a tudo isto, o melhor que o Sp. Braga conseguiu fazer durante a primeira parte foi uma jogada individual de Bruma, que levou a bola desde o seu meio-campo até à área benfiquista. O antigo extremo do Sporting ainda conseguiu o cruzamento rasteiro, mas Otamendi fez um corte providencial antes de aparecer alguém para fazer a emenda.

Foi uma primeira parte de sentido único, com domínio claro do Benfica, mais intenso nos primeiros 30 minutos. Mas os minhotos, com o seu esforço defensivo que andou perto da perfeição, conseguiram frustrar o líder nas suas intenções de marcar. E foi exactamente assim que correram os primeiros minutos da segunda parte, a equipa da casa um pouco menos esclarecida no seu domínio, o visitante cada vez mais tranquilo no seu papel.

Foram mais ou menos 15 minutos assim. Depois, o Benfica voltou a acelerar e o Sp. Braga finalmente começou a mostrar algumas rachas no muro. Com os minhotos a tentarem subir um bocadinho no terreno, ficaram mais expostos ao contra-ataque e voltaram a passar um mau bocado.

Aos 61’, Grimaldo mete a bola na área e há dois homens do Benfica para empurrar: Rafa não chega a tempo e Ramos falha o alvo. E, dois minutos depois, Neres (o melhor do ataque “encarnado”) obriga Matheus a mais uma defesa difícil.

Isto era o Benfica a ganhar balanço para aquilo que iria fazer os seus adeptos saltarem das cadeiras aos 67’. Outra vez David Neres na jogada, a meter a bola na direcção de Rafa. O avançado “encarnado” começou a correr antes da linha de meio-campo, acelerou em direcção à baliza e ninguém da defesa bracarense o apanhou. Matheus bem tentou fazer a mancha, mas Rafa, com um sangue-frio que nem sempre tem perante a baliza, deixou a Luz em modo festa.

Para o Benfica, o mais difícil estava feito. Para o Sp. Braga o mais difícil estava por fazer, tentar uma recuperação depois de mais de uma hora em que não conseguiu enquadrar um único remate à baliza de Vlachodimos – e os que teve não enquadrados não foram grande coisa.

Artur Jorge bem tentou meter gente diferente para ter um jogo diferente (Pizzi, que voltou à Luz como adversário 11 anos depois, Banza, Djaló, Sequeira), mas ficou tudo igual. Ainda teve um par de investidas do seu homem mais perigoso, Bruma, uma delas com um cruzamento que bateu na cabeça de Banza – isto foi o mais perto que o Sp. Braga esteve de marcar na Luz.

Ainda houve tempo para confusão juntos dos bancos, alguns cartões distribuídos e o jogo foi bem para lá dos 100 minutos com descontos sobre descontos. Mas o Benfica conseguiu sempre manter o controlo e saiu deste embate que se previa difícil com a moral em alta e as esperanças no 38.º título renovadas.

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