Marcelo Evelin faz do protesto uma festa
O coreógrafo brasileiro leva sábado e domingo até à mostra Transborda, em Almada, uma peça para 50 corpos que é tanto protesto quanto festa. Batucada é toda feita da energia da promessa.
A última vez que Marcelo Evelin apresentou Batucada aconteceu na véspera da eleição presidencial de Jair Bolsonaro. Foi num sábado que parece distante, em Outubro de 2018. O coreógrafo estava com os seus 50 intérpretes em Recife e, ainda hoje, diz arrepiar-se com a memória das horas que se seguiram, “um dia terrível, um dia escuro no Brasil”, conta ao PÚBLICO. Depois vieram quatro anos de um esmagamento da cultura no país, de um corte radical das verbas destinadas à programação artística e Batucada – que apesar da sua envergadura de produção tinha percorrido cidades grandes e pequenas no Brasil, meios cosmopolitas e rurais um pouco por todo o território – desapareceu de circulação. Até porque a própria essência de uma obra que se alimenta de códigos do protesto e da celebração era, no mínimo, incómoda para quem ocupava o trono.
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