Topo da Torre Vasco da Gama reabre a visitas: uma “vista incrível” sobre o Tejo e Lisboa

A subida à extremidade do edifício mais alto de Portugal, com 145 metros de altura, estava vedada desde 2004. Já é possível aceder ao miradouro e a inauguração é dia 22. Entrada custa 10€.

#MAM Maria Abranches - 2 de Maio 2023 - Abertura do Miradouro da Torre Vasco da Gama, Parque das Nações, Lisboa.
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Além das vistas panorâmicas, o novo miradouro está dotado de um bar de cocktails Maria Abranches / Publico
#MAM Maria Abranches - 2 de Maio 2023 - Abertura do Miradouro da Torre Vasco da Gama, Parque das Nações, Lisboa.
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Da torre consegue-se observar a quase totalidade do recinto onde se realizou a Expo'98 Maria Abranches / Publico
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A Ponte Vasco da Gama é o elemento a definir a escala na paisagem em frente Maria Abranches / Publico
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#MAM Maria Abranches - 2 de Maio 2023 - Abertura do Miradouro da Torre Vasco da Gama, Parque das Nações, Lisboa. Maria Abranches / Publico
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Os cadeirões convidam a uma estada demorada, pois não existe limite de tempo na estada Maria Abranches / Publico
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O espaço foi decorado com um jardim vertical, que acentua a sensação de frescura Maria Abranches / Publico
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Todas as janelas têm códigos QR com narrativas feitas à medida dos visitantes Maria Abranches / Publico
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Visão do Mar da Palha tida a partir do elevador Maria Abranches / Publico

Há ali um momento em que parece estarmos realmente a levantar voo. Nos instantes finais do movimento ascensional do elevador a caminho do topo da Torre Vasco da Gama, a visão é desimpedida por completo, libertando-se da sombra do hotel que lhe está colado. Como se estivéssemos a bordo de um helicóptero em descolagem de um navio, o panorama abre-se-nos por completo sobre o mar da Palha, com a Ponte Vasco da Gama a servir de imaginária régua a estabelecer uma escala no horizonte. E é tudo silencioso, sublinhando a sensação de suspensão.

Quando as portas se abrem e, por fim, entramos na cúpula envidraçada, revela-se toda uma nova dimensão para descobrir Lisboa, o Tejo, as suas imediações e um pouco mais além. Após uma subida que dura 55 segundos, qualquer pessoa pode, a partir de agora, contemplar as vistas desde o topo dos 145 metros do mais alto edifício português, construído aquando da Expo-98 e que estava inacessível no seu ponto mais elevado há quase duas décadas. Lá em cima, todas as referências do território circundante ganham uma nova perspectiva.

A Torre Vasco da Gama foi concebida, há um quarto de século, pelos arquitectos Leonor Janeiro e Nick Jacobs, tendo a sua estrutura em aço sido desenhada para emular uma vela de uma nau. Dentro dessa simbologia marítima, o corpo circular colocado no alto pretendia ser uma referência ao cesto da gávea dessas embarcações. Logo a seguir à exposição, funcionou ali um restaurante circular panorâmico, que viria a encerrar em 2001, tendo reaberto em 2018 com outro conceito. Por cima, havia um mirante, que esteve de portas abertas até Outubro de 2004. O espaço reabriu esta quinta-feira, ainda em período experimental pré-inauguração, após uma profunda remodelação.

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Vista do Miradouro da Torre Vasco da Gama Maria Abranches

As funções como ponto de observação são assim recuperadas. “Daqui, temos uma vista incrível sobre o estuário do Tejo e a zona oriental de Lisboa e tudo que está à volta, com o atractivo de se estar no topo do edifício mais alto de Portugal”, enuncia Pedro Ramos, o responsável de comunicação do grupo hoteleiro Sana, que detém o icónico edifício, bem como o hotel de luxo Myriad. Este foi-lhe acoplado há pouco mais de uma década, alterando-lhe assim a silhueta original. As duas unidades funcionam, lado a lado, como duas peças de um todo, mas o acesso é feito por portas e elevadores separados.

Apesar de este ser um equipamento turístico onde pontifica um certo fausto, pretendendo captar segmentos abastados, o novo miradouro franqueia as suas portas à comunidade. É verdade que o acesso custa dez euros por pessoa – 15 euros a partir das 18h, garantindo o bilhete a oferta de uma bebida , mas os responsáveis pelo espaço acreditam que os predicados cénicos justificam a despesa. “A ideia é que não apenas os turistas, mas todos os que vivem na zona de Lisboa, venham cá e possam ter acesso as estas vistas únicas sobre a cidade e o Tejo. O pôr-do-sol aqui é um momento muito bonito”, diz Pedro Ramos.

Jardim suspenso

Sendo este um estabelecimento privado, os promotores estão a apostar na sua rentabilização não apenas através da comercialização dos bilhetes a venda é feita lá em baixo, através de uma máquina, que suscitou tanta curiosidade dos passantes, nas semanas anteriores à abertura, que obrigou à sua ocultação por uma lona , mas também do serviço de bar. Como o acesso ao miradouro, com capacidade para 120 pessoas, não prevê um limite de tempo na estada, a ideia é que elas fiquem a desfrutar as vistas partir do bar Babylon 360º e consumam as bebidas ali vendidas.

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Vista do miradouro da Torre Vasco da Gama Maria Abranches /

O nome advém da óbvia referência aos jardins suspensos da Babilónia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. E isso é sublinhado pela decoração do espaço, pautada pela presença de um jardim vertical nas paredes interiores daquela sala vertical, conferindo-lhe uma certa frescura.

“O serviço de bar assenta nos cocktails, feitos sobretudo com recurso a especiarias. Pretende-se construir aqui uma narrativa em torno da rota das especiarias e na ligação à história da navegação dos portugueses pelo Oriente”, explica o responsável de comunicação do grupo Sana, frisando ainda o facto de estar garantida a animação musical diária, através de um DJ ou até de actuações ao vivo. “No fundo, funcionará como um lounge bar”, diz.

As qualidades panorâmicas serão suficientes, só por si, para assegurar a atractividade da cúpula envidraçada, constituída por 38 janelas, e cuja inauguração está marcada para 22 de Maio, quando passarem 25 anos sobre a abertura da Expo-98. Mas, para além do som, haverá uma aposta na criação de um certo ambiente através de jogos de luzes instaladas nas molduras que as enquadram.

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A entrada, junto à bilheteira, evoca o navegador português e a rota para a Índia Maria Abranches

Essas janelas terão ainda códigos QR, através dos quais, e com recurso ao smartphone, os frequentadores do miradouro terão acesso a textos ou narrações áudio sobre três áreas distintas: a vida de Vasco da Gama e os seus feitos marítimos; os principais pontos turísticos de Lisboa observáveis a partir dali; e ainda conteúdos com carácter comercial sobre o grupo Sana, incluindo o restaurante Fine Dining Fifty Seconds, aberto há cinco anos em parceria com o chef basco Martin Berasategui.

A Torre Vasco da Gama está aberta todos os dias, a partir das 10h. Às segundas, terças, quartas e domingos, encerra à meia-noite e às quintas, sextas e aos sábados funciona até às duas da manhã.

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