Italiano detido em Portugal durante operação contra a máfia. Há 108 detidos na Europa

Polícia Judiciária anunciou investigação conjunta que incluiu acções simultâneas em França, Bélgica, Itália, Portugal e Espanha.

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Operação policial europeia "de grande envergadura" decorre em vários países, incluindo Portugal, focada em membros da organização criminosa italiana "Ndrangheta". Rui Gaudencio
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Um cidadão italiano de 62 anos foi detido esta quarta-feira em Portugal, na sequência de uma operação policial europeia antimáfia "de grande envergadura", avança a Polícia Judiciária em comunicado. Decorrem buscas simultâneas em vários países focadas em membros da organização criminosa italiana Ndrangheta, segundo fontes judiciais.

O cidadão italiano detido está indiciado pela prática de crimes de associação criminosa, de branqueamento de capitais e tráfico de estupefacientes. A acção policial foi baptizada com o nome Operação Eureka e levou à detenção de 108 pessoas em vários países.

Mais de mil agentes participaram em buscas em dezenas de casas, escritórios e lojas. Em Portugal, as buscas centraram-se nas regiões de Braga, Vila Nova de Gaia, Aveiro e Lisboa.

Foram ainda apreendidos em Portugal vários elementos de prova, entre os quais documentos, viaturas e cerca de meio milhão de euros em dinheiro. Foram ainda arrestados os activos de nove sociedades comerciais, incluindo cinco estabelecimentos de restauração.

As rusgas fazem parte de uma investigação conjunta mais alargada que envolveu a Europol e incluiu também acções simultâneas contra o grupo em França, Bélgica, Itália, Portugal e Espanha, acrescenta-se na mesma nota.

A Operação Eureka, coordenada pela Europol e Eurojust, tem como alvo a rede criminosa liderada por famílias da Calábria, envolvidas em incidentes de tiroteios em massa em Itália e outros países.

No âmbito destas investigações, as autoridades italianas e belgas conseguiram atribuir à Ndrangetha a importação e tráfico de cerca de 25 toneladas de cocaína, no período de Outubro de 2019 a Janeiro de 2022, disse a mesma fonte.

Também foram identificados fluxos financeiros de mais de 22 milhões de euros da Calábria para a Bélgica, Holanda e América do Sul. Com Lusa

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