Taiwan quer aumentar capacidade militar de resposta em caso de ataque chinês

Autoridades da ilha reivindicada por Pequim anunciam exercícios militares para Maio e Julho. China protesta contra visita a Taipé de instrutores e representantes da indústria de defesa dos EUA.

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Forças militares de Taiwan querem testar capacidades defensivas Reuters/ANN WANG

As autoridades de Taiwan disseram que estão a planear realizar uma série de manobras militares para aumentar a sua capacidade em matéria de defesa e para fazer frente a possíveis bloqueios da ilha, no contexto de tensão crescente com a China.

O Ministério da Defesa taiwanês disse que os exercícios militares anuais, conhecidos como Han Kuang, vão decorrer entre 15 e 19 de Maio e 24 e 28 de Julho e neles vão ser testados a mobilização de forças e cenários de simulação de ataques.

Os exercícios vão dedicar-se, sobretudo, a operações de interceptação e contenção com o objectivo de “garantir a sobrevivência das Forças Armadas", o que implica a utilização de aeroportos civis e o envio de aeronaves.

“As nossas manobras fundamentam-se na ameaça que representa a ideia de que o Exército da China ataque Taiwan e dos exercícios de guerra em torno da ilha”, afirmou o general Lin Wen Haung, citado pelo South China Morning Post.

A parte naval destas manobras irá permitir pôr em prática cenários nos quais as forças taiwanesas tenham de enfrentar possíveis ataques inimigos por mar e defender a sua costa.

Taipé está à procura de aumentar a sua capacidade de defesa para poder resistir a um ataque ordenado por Pequim, investindo em novo equipamento, nomeadamente mísseis de longo alcance e drones, e prolongando por mais um ano o serviço militar obrigatório, refere a Al-Jazeera.

Nesta quarta-feira, o Governo chinês protestou contra a visita anunciada de representantes da indústria de defesa dos Estados Unidos a Taiwan na próxima semana e o envio por Washington de oficiais das Forças Armadas para dar formação.

"Opomo-nos de forma veemente a que os EUA tenham qualquer forma de contacto governamental ou militar com a região chinesa de Taiwan", disse a porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan de Pequim, Zhu Fenglian, citada pela Associated Press.

A China continua a negar qualquer intenção de recorrer à força para controlar a ilha, que considera como parte do seu território. E revelou que também pretende organizar exercícios militares para pôr à prova várias armas nas zonas do mar do Sul da China, segundo a Administração de Segurança Marítima da China.

A entidade disse que as manobras começam já nesta quarta-feira e que, por isso, o tráfego nesta zona será suspenso.

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