Ministro admite aumento salarial para todos os médicos, diz Fnam

Presidente da Federação Nacional dos Médicos destaca “avanços” mas nota que ainda não foram apresentadas propostas concretas por escrito.

Foto
Joana Bordalo e Sá ficou satisfeita com presença do ministro da Saúde na reunião desta segunda-feira Manuel Roberto

O ministro da Saúde assegurou, “pela primeira vez, que está disponível para rever a grelha salarial, com um aumento transversal para todos os médicos, não apenas associado ao desempenho”, adiantou esta segunda-feira a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), Joana Bordalo e Sá, à saída de mais uma reunião com a equipa liderada por Manuel Pizarro. O governante admitiu também rever o tempo dedicado ao trabalho no serviço de urgência, actualmente de 18 horas por semana, e que a Fnam tem reivindicado seja reduzido para 12 horas.

São “avanços” que, no entanto, continuam a ser encarados com “muitas reservas”, uma vez que faltam “67 dias para o fim das negociações e ainda não foram apresentadas propostas concretas e por escrito", lamentou Joana Bordalo e Sá.

Presente na reunião, o ministro Manuel Pizarro assumiu que pretende avançar na revisão das grelhas salariais e no novo regime de dedicação plena, com suplementos remuneratórios associados às unidades de saúde familiar (USF) modelo B (nos cuidados de saúde primários), aos centros de responsabilidade integrada (nos hospitais), à valorização do trabalho em serviço de urgência e às vagas carenciadas, especificou a presidente da Fnam, assinalando outra "nota positiva", o "compromisso do ministro de generalizar as USF modelo B".

Na reunião foi ainda debatida a questão dos concursos, depois de a Direcção Executiva ter anunciado, na semana passada, que há 1564 vagas para contratação imediata nos hospitais. Frisando que a Fnam não se opõe à existência de concursos institucionais, a dirigente sindical defende que estes têm que ser “negociados e escrutinados” e sustenta que os concursos nacionais para os médicos recém-especialistas “são melhores do que a contratação directa”.

Sobre esta matéria, a Fnam explica, em comunicado, que “a insistência em manter concursos directos, ainda que menos burocráticos, tem o efeito negativo de excluir especialidades importantes e muito procuradas pelos doentes, como a Anatomia Patológica ou a Medicina Física e Reabilitação” e acentua que a “exclusão da Saúde Pública como uma prioridade nacional também não pode continuar”.

Refere ainda que houve também alguns avanços relativamente aos modelos de organização do trabalho e do trabalho em serviço de urgência, “mas totalmente dependentes de documentação que ainda será apresentada e da proposta de grelha salarial que a tutela terá de apresentar”. “Os jovens especialistas estão esperançados nestas negociações, estão a contar com isto para decidir o seu futuro”, enfatiza Joana Bordalo e Sá.

A próxima reunião com a Fnam ficou agendada para 23 de Maio.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários