Os níveis de pólenes na atmosfera vão estar muito elevados em Portugal continental até pelo menos à próxima quinta-feira, indica o último boletim polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).
O pólen presente no ar vem essencialmente das árvores do pinheiro, oliveira, azinheira e outros carvalhos e também das ervas parietária, urtiga, gramíneas, tanchagem e azeda.
As previsões até 27 de Abril, para a região de Lisboa e Setúbal, indicam que os pólenes estão em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores azinheira, carvalhos, plátano e cipreste e das ervas urtiga e parietária.
No Porto, região de Entre Douro e Minho, os pólenes encontram-se num nível elevado, destacando-se os pólenes do pinheiro, bétula e carvalhos e das ervas gramíneas, parietária e urtiga.
Em Vila Real (região de Trás-Os-Montes e Alto Douro), os pólenes encontram-se num nível elevado a muito elevado, predominando os pólenes das árvores pinheiro, bétula, oliveira e carvalhos e das ervas gramíneas e parietária.
Em Coimbra (região da Beira Litoral), o SPAIC destaca os pólenes das árvores pinheiro, oliveira e carvalhos e das ervas parietária e urtiga.
Dez conselhos para evitar crises alérgicas
- Não fazer exercício ao ar livre quando as concentrações polínicas estão altas;
- Consultar os boletins polínicos disponíveis, como o da Rede Portuguesa de Aerobiologia;
- Durante as viagens de carro, manter as janelas fechadas;
- Se andar de moto, use capacete integral, com a viseira rebaixada;
- Seguir a medicação recomendada pelo médico. “A prevenção é sempre melhor do que o alívio. Há alguns mitos associados à toma de medicamentos que, depois, levam a que as pessoas acabem por não fazer o tratamento convenientemente”, diz o alergologista Pedro Carreiro Martins;
- Usar óculos escuros quando sai de casa, por forma a proteger a região ocular dos pólenes;
- Não ventilar a casa nos horários em que há maior concentração de pólen no ar (de manhã, por exemplo). “Ficamos nas nossas casas pelo menos dez horas: a comer ou descansar, então é fundamental manter os poluentes fora”, refere o investigador Athanasios Damialis;
- Não cortar a relva e evitar a jardinagem;
- Lavar o cabelo ao fim do dia. “Tento ser realista: quantos de nós vão chegar a casa e vão logo lavar o cabelo? Não é fácil, mas sendo possível é algo que pode ajudar”, diz o Athanasios Damialis;
- Colocar roupas lavadas quando chega a casa, encaminhando as que foram usadas durante o dia para o cesto de roupa suja (fora do quarto de dormir). A.A.S.
O boletim prevê também níveis muito elevados em Castelo Branco (região da Beira Interior), com predomínio dos pólenes das árvores pinheiro e carvalhos e das ervas gramíneas, urtiga, tanchagem e azeda.
Em Évora (região do Alentejo), os pólenes encontram-se num nível muito elevado, destacando-se os pólenes do pinheiro, oliveira, azinheira e outros carvalhos e das ervas gramíneas, parietária, urtiga, tanchagem e azeda.
Já na região do Algarve, os pólenes encontram-se também num nível muito elevado e na atmosfera e predominam os pólenes das árvores cipreste, pinheiro, oliveira, azinheira e outros carvalhos, e das ervas parietária, urtiga, tanchagem, azeda e quenopódio.
No Arquipélago da Madeira e dos Açores está prevista a ocorrência de pólen atmosférico num nível baixo.
Segundo a SPAIC, devem evitar-se as actividades ao ar livre quando as concentrações polínicas forem elevadas. "Passeios no jardim, cortar a relva, campismo ou a prática de desporto na rua, irão aumentar a exposição aos pólenes e o risco para as alergias", acrescenta.
Recomenda ainda a manter fechadas as janelas do carro sempre que se viajar, para reduzir o contacto cm os pólenes. Os motociclistas deverão usar capacete integral.
Em casa, a sociedade aconselha a que se mantenha igualmente fechadas as janelas quando as concentrações dos pólenes forem elevadas.
A SPAIC considera ainda que a medicação será a forma mais eficaz de combater os sintomas de alergia, aconselha a consulta de um médico especialista de imunoalergologia para o diagnóstico correcto e prescrição da medicação mais adequada e alerta que a prevenção "poderá passar pela realização de vacinas antialérgicas".
O boletim polínico divulga todas as semanas os níveis de pólenes existentes na atmosfera, recolhidos através da leitura de postos em várias regiões do país.