Abusos sexuais: Igreja terá quatro psicólogos, psiquiatra e assistente social a acompanhar vítimas

Nova comissão que acompanhará situações de abuso sexual vai chamar-se “Grupo Vita”. Elaboração de um manual de prevenção será uma das tarefas prioritárias.

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Comissão Episcopal Portuguesa está reunida esta quinta-feira em Fátima LUSA/PAULO NOVAIS

Além de Rute Agulhas, o novo grupo para acompanhar as vítimas de abuso sexual na Igreja será composto pelos psicólogos Alexandra Anciães, Joana Alexandre e Ricardo Barroso e pela psiquiatra Márcia Mota. A elaboração de um manual de prevenção será uma das tarefas prioritárias.

Vai chamar-se “Grupo Vita” a nova comissão de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal que, durante os próximos três anos, sob coordenação da psicóloga Rute Agulhas, terá uma missão clara quanto baste: “Acolher, escutar, acompanhar e prevenir as situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja em Portugal, dando atenção às vítimas e aos agressores.”

Composta por quatro psicólogos, uma psiquiatra e um assistente social, esta nova comissão vai ser apresentada publicamente no dia 26 de Abril, mas a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) já adiantou, esta quinta-feira, em Fátima, os nomes dos profissionais escolhidos – as psicólogas Alexandra Anciães, com experiência de avaliação e intervenção no caso de vítimas adultas, e Joana Alexandre, docente universitária e investigadora na área da prevenção primária dos abusos sexuais.

No Grupo Vita estarão ainda o assistente social Jorge Neo Costa, a psiquiatra especialista em sexologia clínica e intervenção no caso de vítimas de agressores sexuais Márcia Mota e, finalmente, o psicólogo e docente universitário Ricardo Barroso, também especialista em intervenção ante agressores sexuais.

De acordo com Rute Agulhas, que se encontrou com os bispos reunidos em assembleia plenária para apresentar o projecto para que foi convidada, o novo grupo de acompanhamento das vítimas de abusos sexuais terá como consultores o especialista em direito canónico João Vergamota e a docente universitária especialista em análise estatística Helena Carvalho, além de um advogado especialista em crimes de natureza sexual ainda a definir.

“O Grupo Vita terá a necessária autonomia para (…) desenvolver uma acção que contribuirá para capacitar, ainda mais, o valioso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas comissões diocesanas no acolhimento e acompanhamento das vítimas, bem como na formação preventiva dos agentes pastorais”, lê-se no comunicado da CEP.

Entre as tarefas prioritárias inscreve-se a elaboração de um manual de prevenção, “que será comum a toda a Igreja em Portugal, quer nas dioceses quer nos institutos de Vida Consagrada”.

Ao longo dos próximos três anos, a equipa coordenada por Rute Agulhas deverá ter, segundo o compromisso assumido pelo presidente da CEP, D. José Ornelas, toda a autonomia face à hierarquia da Igreja e o trabalho que vier a ser desenvolvido inclui a criação de uma linha de atendimento permanente a vítimas de abuso sexual cometido por clérigos.

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