De visita a Lisboa, Montenegro viu Moedas ultrapassá-lo de unicórnio

A tarde era de Luís Montenegro — o “Sentir Portugal” passava finalmente por Lisboa —, mas acabou por ser totalmente dominada por Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, que estava em casa.

#MVR Matilde Fieschi -Carlos Moedas e Luis Montenegro- 20 de Abril de 2023
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Carlos Moedas e Luis Montenegro no Hub Creativo do Beato MATILDE FIESCHI
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Carlos Moedas e Luis Montenegro no Hub Creativo do Beato MATILDE FIESCHI
#MVR Matilde Fieschi -Carlos Moedas e Luis Montenegro- 20 de Abril de 2023
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Carlos Moedas a falar aos jornalistas no futuro alojamento estudantil na Alameda MATILDE FIESCHI
#MVR Matilde Fieschi -Carlos Moedas e Luis Montenegro- 20 de Abril de 2023
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Carlos Moedas a subir escadas no futuro alojamento estudantil na Alameda MATILDE FIESCHI

Luís Montenegro, presidente do PSD, anda em périplo pelo país. Esta quinta-feira, de visita a Lisboa, numa tarde supostamente sua, Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, roubou-lhe toda a atenção. No fim, Montenegro lá acabou por ter alguma: afirmou, no contexto da TAP, que havia um “primeiro-ministro e quatro ministros a brincar com os portugueses”.

No âmbito do “Sentir Portugal” — o périplo que Montenegro está a fazer pelo país e que esta semana decorre em Lisboa —, o líder do PSD e Carlos Moedas, seu convidado por ser autarca do concelho, visitaram esta quinta-feira a Fábrica de Unicórnios do Hub Criativo do Beato e uma futura residência universitária na Alameda.

No Beato, o azul do céu e do Tejo misturavam-se: estava um dia inteiro e limpo — perfeito para fazer política. Montenegro e Moedas lideravam uma comitiva de cerca de 30 pessoas. Entre as inúmeras camisas azuis encontravam-se outras caras conhecidas: Filipa Roseta e Ângelo Pereira, ambos vereadores no executivo de Moedas, ou Luís Newton, presidente da junta de freguesia da Estrela, eram algumas delas.

A tarde era, supostamente, de Luís Montenegro — o “Sentir Portugal”, programa de seu cunho, passava, finalmente, por Lisboa —, mas acabou por ser totalmente dominada por Moedas. Estava em casa: os sorrisos, os cumprimentos, as conversas — tudo foi para si. Montenegro observava.

E observava porque Carlos Moedas, sobretudo, falava. Falava, falava, falava. Ria, ria, ria. E entre misturas febris de português com inglês — “Isto não é exciting, Filipa?, perguntou a certa altura à sua vereadora para a Habitação, Filipa Roseta —, conquistava todas as salas. E fazia-o sabendo que o fazia: quando era preciso falar só em inglês — como quando visitou a SIXT, uma empresa de aluguer de carros cujo logótipo era cor de laranja, observou — mostrava toda a sua destreza nisso, colhendo gargalhadas alemãs ou nórdicas. Montenegro, por sua vez, ficava em silêncio.

“Até já, Carlinhos!”

Carlos Moedas enchia de tal forma as salas que a certa altura teve que ir apanhar ar. A comitiva dirigiu-se, então, para o “rooftop” do edifício. Lá chegados — um espaço amplo, cuidado, com vista para o Tejo — ouviram-se dois comentários. Entusiasmadíssimo, Moedas dispara de início, entre risos: “I want an office here! [Quero um escritório aqui!]”; seguiu-se-lhe — meio que se sobrepondo — Montenegro, que afirmou: “Isto dá para casamentos”.

Avançou-se “rooftop” adentro e Moedas continuava em frenesi: “Aqui dá para fazer jogging de manhã”, disse. Logo depois, dirigiu-se para uma das extremidades do telhado, apontou para um edifício devoluto e perguntou a Gil Azevedo, director executivo da Unicorn Factory, o que iria ser ali.

A comitiva seguiu para a Alameda Dom Afonso Henriques, onde visitou uma residência para estudantes que está em construção. Lá, Moedas e Montenegro, agora de capacete e colete amarelo fluorescente, percorreram corredores, subiram escadas e desceram escadas.

Tempo de sair e de falar aos jornalistas. Tempo de Montenegro. A estes, disse-lhes, entre outras coisas, a propósito da TAP, que tínhamos “um primeiro-ministro e quatro ministros (Finanças, Infra-estruturas, Assuntos Parlamentares e da Presidência) a brincar com os portugueses”. Chegado o fim da tarde, o líder do PSD e o presidente da Câmara de Lisboa despediram-se: “Até já, Carlinhos!”. O “Carlinhos” lá foi. Talvez um dia voltem a encontrar-se.

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