Ventura garante que Marcelo “não bloqueará” o Chega num futuro governo

Presidente do Chega assegurou que Presidente da República não terá nada a ver com posição de afastamento assumida pelo PSD sobre o Chega.

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Marcelo recebeu o líder do Chega um dia depois de ter uma audiência com Montenegro LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Após pouco mais de meia hora de conversa com o Presidente da República, o líder do Chega assegurou que obteve garantias por parte do chefe de Estado de que "não será obstáculo a qualquer participação do partido" num eventual futuro governo, "se outros partidos aceitarem". Era a dúvida que André Ventura trazia a Marcelo Rebelo de Sousa, depois de o líder do PSD ter afastado o cenário de alianças ou apoio político do Chega numa solução governativa à direita.

"O Presidente não estava contra uma solução política que envolvesse o Chega", afirmou Ventura, lembrando que Marcelo teve a mesma atitude na formação do governo dos Açores. "Não bloqueará a participação do Chega", sublinhou.

Segundo André Ventura, o Presidente também se demarcou de ter tido influência na posição que Luís Montenegro assumiu em entrevista à CNN na passada sexta-feira. "Transmitiu-me que nada teve a ver com isso", disse à saída da audiência, um dia depois de Montenegro também ter sido recebido em Belém.

O líder do Chega não quis "especular" sobre o assunto, dizendo que essa não é a função do líder do terceiro maior partido, embora no início desta semana tivesse acusado o líder do PSD e o Presidente de terem feito uma "clara combinação" para excluir o Chega dos cenários políticos.

Questionado sobre se concorda com a referência a Montenegro como "líder da oposição" que constava da agenda oficial do Presidente da República a propósito do encontro desta terça-feira, e a Ventura como "deputado" do partido Chega, Ventura assumiu discordar apesar de assumir que existe uma preponderância do PSD, que chamou de "aritmética" porque o partido "não tem sido o líder da oposição na Assembleia da República".

André Ventura considerou que a actual situação política está "praticamente num ponto sem retorno", que "está em causa o regular funcionamento das instituições" e insistiu na intenção de apresentar uma moção de censura ao Governo, nos primeiros dias de Setembro, na nova sessão legislativa, isto se o PSD não o fizer entretanto como vem pedindo o Chega.

Outro ponto da agenda da audiência desta quarta-feira era o diploma da eutanásia, que foi aliás o motivo do pedido para o encontro. Ventura admitiu juntar assinaturas com deputados do PSD para apresentar a fiscalização sucessiva do decreto, se a redacção vier a ser confirmada como está e obrigatoriamente promulgada.

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