Antiga escola de Anadia transformada em alojamento para estudantes universitários

Autarquia já adjudicou a empreitada pelo valor base de 1,57 milhões de euros. Serão criados 36 quartos, quatro dos quais adaptados a utilizadores com mobilidade condicionada.

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A escola estava abandonada até que, em 2020, e face à ausência de respostas por parte do Governo, a câmara tomou medidas. O edifício entretanto passou para a sua posse

O município de Anadia está a criar alojamentos para alunos de licenciaturas, mestrados ou doutoramento, a partir da requalificação da antiga escola secundária do município. Serão, no total, 36 alojamentos - quatro dos quais adaptados a utilizadores com mobilidade condicionada -, que permitirão albergar 56 pessoas. A empreitada já foi adjudicada, por um valor base de 1,57 milhões de euros, e tem um prazo de execução de dez meses. Além de tentar corresponder às necessidades das vizinhas universidades de Aveiro e Coimbra, o município bairradino acredita estar a lançar as sementes para a instalação de um pólo universitário no seu território.

“Temos feito o nosso trabalho junto das instituições universitárias, pois entendemos que o município tem todo o potencial para ter um pólo universitário. É um sonho pelo qual vamos continuar a lutar”, reconheceu Teresa Cardoso, presidente da câmara, em declarações ao PÚBLICO. Enquanto essa pretensão não é atendida, Anadia abre-se aos estudantes universitários que têm dificuldade em encontrar alojamentos em Aveiro e Coimbra adaptados aos seus orçamentos. “Aqui terão condições dignas, a preços mais ajustados”, destaca a presidente do município que tem ligação ferroviária às duas cidades universitárias. Ainda assim, é intenção da autarquia alargar a oferta de transportes entre Anadia e as referidas instituições de ensino superior - medida que a edilidade garante estar já em estudo, no âmbito deste projecto.

As obras de adaptação da antiga escola secundária de Anadia - intervenção realizada ao abrigo do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior e financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) - terão em conta, segundo a autarquia, “questões relativas à eficiência energética e à sustentabilidade ambiental”. Além dos quartos, serão criados ainda espaços para refeições, estudo, lazer, lavandaria, área para coworking e zonas exteriores de convívio. Junto ao alojamento, haverá um ponto de carregamento rápido de veículos eléctricos e uma estação de parqueamento de bicicletas.

Nova(s) vida(s) para um prédio abandonado

O edifício em questão, recorde-se, chegou a estar largado ao abandono, criando várias dores de cabeça à autarquia local. Em 2020, e perante a ausência de respostas por parte do Governo para resolver o problema do estado de degradação do edifício - juntamente com as instalações da antiga Escola Básica 2.3 - a câmara municipal entrou com várias máquinas naquele espaço e procedeu à sua limpeza.

Após negociações com a Direcção-Geral do Património, a edilidade acabou por ficar com as instalações referentes à antiga secundária. Contabilizando os terrenos que tinha disponibilizado tanto para a anterior como para a nova escola, o processo negocial culminou com “uma escritura que passou a propriedade daquele edifício para o município, tendo ainda a câmara de ressarcir o Estado em mais de 360 mil euros”, refere a edil.

Depois de ter tomado posse do imóvel, a autarquia já conseguiu “fazer algum investimento no melhoramento do edifício mais antigo, que foi Colégio Nacional e depois escola secundária”, destaca a autarca, evidenciando o facto de essas obras já terem permitido ali instalar, provisoriamente, a GNR e também o centro de saúde concelhio - em ambos os casos, para permitir que fossem realizadas obras nas instalações habituais, tendo a força policial já regressado ao seu posto territorial.

Enquanto avança com o projecto do alojamento para estudantes, a autarquia continua a trabalhar para dar uso ao restante imóvel. Teresa Cardoso admite existirem já algumas ideias em cima da mesa, mas remete mais esclarecimentos para mais tarde.

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