Um em cada dez portugueses não comprou medicamento prescrito por causa do custo

Segundo o Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information Management School, o custo dos medicamentos fez com que 10% tivessem optado por não comprar algum dos fármacos prescritos.

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Valor dos que deixaram de comprar medicamentos devido ao preço aumentou face ao ano passado Miguel Manso

Um em cada dez portugueses não comprou no ano passado alguns dos medicamentos prescritos pelo médico por causa do custo, um valor que aumentou face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira.

De acordo com o Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information Management School (Nova IMS), 89% dos portugueses tomaram algum medicamento prescrito por um médico em 2022, mas o custo dos medicamentos fez com que 10% tivessem optado por não comprar algum dos fármacos prescritos.

Globalmente, os utentes continuam a considerar o preço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) adequado, mas também têm uma percepção do valor das taxas moderadoras que é superior ao valor real, não sabendo que, nalguns casos, estas já não são pagas.

Como exemplo, o estudo apresenta o valor real e o percepcionado pelos utentes das taxas moderadoras em diversos serviços.

As consultas com médico de clínica geral ou médico de família no centro de saúde já não são pagas, mas os utentes continuam a achar que custam um valor próximo dos 3 euros, o mesmo acontecendo nas consultas externas / especialidade nos hospitais públicos, que estimam custar 7 euros.

É no estado de saúde e na qualidade de vida que a eficácia do SNS tem maior expressão, na ótica do utente, que considera a eficácia dos medicamentos (76) superior à dos cuidados de saúde recebidos (73,3).

O estudo, que é apresentado esta terça-feira em Lisboa, indica que a maioria dos portugueses faz uma avaliação positiva do seu estado de saúde, com 74% a considerarem que é "bom" ou "muito bom". No entanto, este valor é inferior ao de 2021 (77%).

Numa escala de 1 a 100, os portugueses classificam o seu estado de saúde com 75 pontos (75,7 em 2021). Sem o efeito do SNS, o índice do estado de saúde ficaria pelos 64,7 (63,2 em 2021).

Mais de metade (52%) considera que o seu estado de saúde afecta negativamente a sua qualidade de vida, metade diz que dificulta a realização de tarefas diárias (pessoais e/ou profissionais) e 43% que dificulta a sua mobilidade.

O trabalho, desenvolvido em colaboração com a AbbVie, Diário de Notícias e TSF, avalia não só a evolução da sustentabilidade do SNS, mas também o SNS do ponto de vista do utilizador.

Identifica pontos fracos e fortes, bem como possíveis áreas prioritárias de actuação, além de procurar compreender os contributos económicos e não económicos.