Fox News vai pagar 787,5 milhões de dólares a empresa de voto electrónico em caso de difamação
Inicialmente, a empresa Dominion Voting Systems estava a pedir o pagamento de 1,6 mil milhões de dólares. A estação televisiva foi acusada de espalhar falsas alegações sobre as presidenciais de 2020.
A Fox News concordou em pagar 787,5 milhões de dólares (cerca de 717 milhões de euros) à empresa de máquinas de voto electrónico que acusava a estação televisiva norte-americana de difamação nas eleições presidenciais de 2020, divulgou esta terça-feira, 18 de Abril, um advogado da Dominion Voting Systems.
O juiz responsável pelo caso, Eric Davis, informou os jurados no início do julgamento no Tribunal Superior do Estado de Delaware que as partes “resolveram a sua disputa”, sem fornecer detalhes, incluindo financeiros, deste acordo.
Ainda esta terça-feira de manhã, a empresa Dominion Voting Systems tinha reclamado 1,6 mil milhões de dólares (cerca de 1460 milhões de euros) em danos à estação "preferida" dos conservadores norte-americanos.
O advogado da empresa, Justin Nelson, referiu, em conferência de imprensa à porta do tribunal em Wilmington, Delaware, que o canal de televisão concordou em pagar 787,5 milhões de dólares (cerca de 717 milhões de euros). "As mentiras têm consequências", realçou o advogado da Dominion.
Já a Fox New referiu estar “satisfeita” por ter chegado a um acordo com a empresa, acrescentando que "reconhece uma decisão judicial que considera algumas alegações sobre a Dominion como falsas".
Este acordo, que ainda precisa de ser validado pelo juiz responsável, evita um julgamento prolongado, num caso que expôs a forma como a estação de grande audiência nos EUA atingiu os espectadores ao espalhar falsas alegações sobre as presidenciais de 2020.
A Dominion Voting Systems, cujas máquinas operaram em 28 estados durante a eleição presidencial conquistada por Joe Biden em Novembro de 2020, acusou a Fox News de a ter apresentado como um instrumento ao serviço dos democratas através de fraude com os votos electrónicos, sem apresentar provas.
Este acordo salva a pérola do império de media de Ruper Murdoch de passar pelo "julgamento por difamação do século", como o New York Times classificou. Para o próprio magnata dos media, de 92 anos, evita a perspectiva de possivelmente ter que testemunhar.
Ainda antes do processo, a Fox News já tinha sentido o embaraço deste caso após a publicação de trocas de e-mails ou mensagens de texto que mostravam que figuras da estação, e até Rupert Murdoch, mal acreditavam, em Novembro de 2020, no cenário de uma eleição fraudulenta, ao mesmo tempo que as acusações passavam em directo.
Este julgamento era aguardado com ansiedade nos Estados Unidos, onde era visto como um teste aos limites da liberdade de expressão, garantidos pela Primeira Emenda à Constituição, bem como ao combate à desinformação.