Forças separatistas afirmam ter matado nove militares na Indonésia

Militares indonésios estariam a tentar resgatar o piloto neozelandês feito refém em Fevereiro pelos rebeldes da Papua Ocidental. Exército só reconhece a morte de um soldado.

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O piloto neozelandês Phillip Mehrtens rodeado de rebeldes, numa foto divulgada a 6 de Março Reuters/THE WEST PAPUA

Rebeldes separatistas na província de Papua Ocidental, na Indonésia, afirmam ter matado nove soldados do Exército indonésio que efectuavam uma operação de resgate de um piloto neozelandês feito refém em Fevereiro. As autoridades indonésias dizem que morreu um militar durante o ataque, no sábado.

O porta-voz do Exército indonésio, Julius Widjojono, disse no domingo que vários soldados foram enviados para locais diversos na busca do piloto Phillip Mehrtens, da Susi Air, e que estavam a enfrentar dificuldades de comunicação devido ao mau tempo.

“A partir das 14h03, horário local (5h03 TMG), a informação que temos é de uma morte. Não recebemos nenhuma outra informação porque é difícil chegar à região, especialmente com o clima incerto”, disse Widjojono, acrescentando que o Exército já identificou a localização do piloto neozelandês.

O Exército de Libertação Nacional da Papua Ocidental (TPNPB) sequestrou o piloto da Nova Zelândia em Fevereiro. O grupo exigiu inicialmente que Jacarta reconhecesse a independência da região, mas disse este mês à Reuters que estava preparado para desistir da exigência e procurar o diálogo.

“Dissemos aos governos da Indonésia e da Nova Zelândia que libertaríamos os reféns através de negociações pacíficas”, afirmou o porta-voz dos rebeldes, Sebby Sambom, numa mensagem gravada no domingo. “Mas os militares indonésios atacaram civis no dia 23 de Março. Por causa disso, as tropas do TPNPB disseram que iriam vingar-se, o que já está a acontecer”, disse Sambom.

Um porta-voz do Exército indonésio em Papua, Herman Taryaman, negou a alegação de que tivesse ocorrido um ataque contra civis em Março, afirmando que as forças de segurança estavam apenas a proteger os civis que foram expulsos pelos rebeldes.

A luta dos rebeldes pela independência da Papua Ocidental dura há cinco décadas, desde que o território passou a fazer parte da Indonésia, em 1969, após um referendo patrocinado pelas Nações Unidas.