TAP: secretário-geral do PCP acusa PS, PSD e CDS de terem “as mãos manchadas”

Paulo Raimundo defende que está “muita coisa por explicar” no proceso de prvatização da companhia aérea em 2015.

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Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP LUSA/RODRIGO ANTUNES

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acusou este domingo PS, PSD e CDS de terem "as mãos manchadas" quanto à gestão da TAP, defendendo que está "muita coisa por explicar" no processo de privatização da companhia aérea portuguesa.

"O PS, PSD e CDS têm as mãos manchadas. Têm todos as mãos manchadas nisto", afirmou o secretário-geral do PCP, à margem de um almoço comemorativo da Revolução de Abril, em Vila do Conde, no distrito do Porto.

Em declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo referiu-se ao acordo entre o Governo e o accionista privado da TAP em 2017.

"O ex-administrador comprou a TAP com dinheiro da TAP, com a concordância do PSD e do CDS. E agora vêm [PSD] pedir justificações, que são justas, ao PS por ter feito um negócio com o senhor administrador que não gastou dinheiro nenhum na TAP e ainda saiu com 55 milhões [de euros] no bolso", afirmou.

Segundo uma notícia do Correio da Manhã, em 2017 foi feita uma alteração ao acordo inicial de venda directa da TAP, de 2015, no qual tinha ficado estabelecido que os 226 milhões de dólares que a Atlantic Gateway (consórcio composto pelos accionistas David Neeleman e o empresário português Humberto Pedrosa) injectou na empresa teriam de permanecer na transportadora aérea durante 30 anos.

De acordo com o jornal, em Junho de 2017, o Governo de António Costa garantiu à Atlantic Gateway o direito de poder receber os fundos antes do prazo de 30 anos, em caso de um evento de bloqueio ou de incumprimento da Parpública, que concentrava as acções detidas pelo Estado na TAP.

Paulo Raimundo disse ainda não perceber por que motivo o PS e o BE "inviabilizaram" a proposta da CDU (PCP/PEV) de alargamento da comissão de inquérito em curso sobre a TAP, defendendo que com o seu prolongamento seria possível esclarecer o processo de privatização da companhia.