Três histórias a seguir nos play-offs da NBA

Uma conferência Oeste imprevisível, estrelas a jogarem pelo legado, duelos dignos de finais e séries divertidas de ver. Estão de volta os play-offs da NBA.

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James Harden, jogador dos Sixers Reuters/Eric Hartline

A Oeste algo de novo. Se a NBA fosse um filme esta poderia ser uma boa adaptação, tendo em conta que a conferência do lado mais ocidental dos Estados Unidos tem, possivelmente, o perfil mais aberto e imprevisível dos últimos anos.

Nos play-offs que começam neste domingo no melhor campeonato de basquetebol do mundo, a conferência Oeste oferece, no mínimo, cinco candidatos ao título – e tem para apresentar ainda dois bons outsiders.

Los Angeles Lakers – os novos Lakers –, Golden State Warriors – os velhos Warriors –, Los Angeles Clippers, Phoenix Suns e Denver Nuggets são candidatos evidentes ao título, com Sacramento Kings e Memphis Grizzlies como equipas capazes de surpresas.

É mesmo preciso escolher?

A língua inglesa tem a expressão make or break para ilustrar o fatalismo de algo que não tem meio-termo entre o falhanço e o sucesso. E é uma boa expressão para explicar o que vai acontecer no duelo da primeira ronda dos play-offs entre Los Angeles Clippers e Phoenix Suns.

Estamos a falar de dois evidentes candidatos ao título que vão encontrar-se já no início dos play-offs. Em suma: uma vai para casa, a outra pode, sem surpresa, ser campeã. Este perfil fatalista faz desta série uma das mais interessantes de seguir.

De um lado, a lesão de Paul George faz os Clippers suplicarem por um Kawhi Leonard a um nível especial – como ele já mostrou mais do que uma vez.

Do outro, uma equipa dos Suns que já tinha um dos melhores bases da história do jogo, Chris Paul, um dos melhores jogadores da actualidade, Devin Booker, e um poste como DeAndre Ayton capaz de, quando quer, ser dominante. Não chega? Então juntem-lhes aquele que é, para muitos, o melhor jogador do mundo.

A chegada de Kevin Durant aos Suns torna a equipa do Arizona como um claro alvo a abater – alguém tem talento assim? Provavelmente, não.

A pressão

James Harden: 14 anos de carreira, uma final, zero títulos. Joel Embiid: nove anos de carreira, zero finais, zero títulos.

A carreira de duas das grandes estrelas da NBA deste século é algo bizarra. Marcaram pontos suficientes para conquistarem um lugar especial na história do jogo e, um dia, quando já não jogarem, acabarão por entrar na galeria do Hall of Fame da NBA.

Mas Harden, já com um prémio de MVP no escritório, e Embiid, provável MVP desta temporada, têm demónios para exorcizarem por Philadelphia nesta temporada.

O “barbas”, que vai procurar nova equipa no Verão, já conquistou – e esforçou-se para tal – a fama de “flop” nos play-offs, com desempenhos abaixo do seu nível quando são jogos a eliminar.

O poste Embiid não tem tido apagões individuais tão evidentes em play-offs, mas, como líder de uma equipa que com ele nunca passou das meias-finais de conferência, não pode ignorar o seu quinhão de culpa.

Para fazer o “três em linha” da pressão, o próprio treinador Doc Rivers tem algo por provar. Campeão apenas em 2008 e com algumas quedas embaraçosas no currículo, vai para o terceiro play-off com os Sixers, com dois falhanços, e precisa de mais qualquer coisa.

Harden e Rivers jogam pelo emprego. E os três jogam pelo legado.

Os meninos e os “velhotes”

Uma das séries mais divertidas de ver poderá ser a que opõe Sacramento Kings e Golden State Warriors.

Os adeptos dos Kings – bem como os mais românticos adeptos da NBA – poderão estar a lamentar que uma equipa jovem e divertida como esta tenha de encontrar já o campeão da NBA, de Curry e Thompson.

Aquele que era um tremendo outsider para alguém fazer uma boa aposta de risco torna-se, assim, uma possível desilusão para uma equipa que não ia aos play-offs há 16 anos.

Com muitos jogadores estreantes nestas andanças, os Kings, de Neemias Queta, enfrentam os “velhotes” dos Warriors, possivelmente a equipa mais “batida” em competição.

Seja qual for o desfecho, é provável que seja divertido de ver, até pela forma como os Warriors, uma equipa que gosta de transições, queira combater o jogo também ele eléctrico e rápido dos Kings.

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