Coreia do Sul vai dar mesada de 400 euros para tirar de casa jovens isolados

A medida destina-se a pessoas entre os nove e os 24 anos que sofram de isolamento social patológico. O objectivo é estimular a ida à escola e fomentar o emprego em faixas etárias mais jovens.

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Coreia do Sul vai dar mesada de 400 euros para tirar de casa jovens isolados Dmitry Marchenko/EyeEm/Getty Images

A Coreia do Sul vai dar um apoio de 443 euros por mês a jovens entre os nove e os 24 anos que sofram de isolamento social extremo, também conhecido como hikikomori. A medida foi proposta pelo Ministério da Igualdade de Género e da Família e é parte de um pacote que pretende estimular a ida dos jovens à escola, à universidade ou ao trabalho, escreve o The Guardian.

Pelo menos 350 mil pessoas entre os 19 e os 39 anos (3%) dizem sentir-se isoladas ou sozinhas, de acordo com os dados do Instituto para a Saúde e Assuntos Sociais da Coreia. Em comunicado, o governo sul-coreano sublinhou que a medida serve para permitir que estes jovens isolados possam "recuperar as vidas diárias e serem reintegrados na sociedade". A urgência da medida está relacionada com o facto de a taxa de desemprego jovem no país rondar os 7,2%.

Citado pela Time, Shin Yul, professor da Universidade Myongji, em Seul, considera que se trata de uma medida "fundamentalmente de bem-estar". No entanto, ainda que vá estimular o emprego em faixas etárias jovens, "não deve ser vista como solução a longo prazo".

O isolamento social extremo, ou hikikomori, é um tipo de reclusão social patológica, definida no Japão no final dos anos 90, pelo psiquiatra Tamaki Saitо̄​. Considera-se que um jovem sofre de hikikomori quando deixa de ir à escola ou ao trabalho por períodos de mais de seis meses consecutivos e fica em casa a maioria do tempo.

Estudos indicam que o fenómeno é influenciado por factores como a dinâmica familiar, a vida escolar e a facilidade em comunicar através de internet.

Apesar de inicialmente o termo hikikomori ser utilizado para descrever um fenómeno observado principalmente no Japão, a quantidade de pessoas em isolamento social extremo tem crescido noutros lugares do mundo como a Coreia do Sul e Hong Kong.

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