O universo do automobilismo foi nesta quinta-feira abalado pela notícia da morte de Craig Breen, piloto da Hyundai que não resistiu aos ferimentos provocados por um despiste quando se preparava para o Rali da Croácia. Aos 33 anos, o irlandês que se estreou no Rali de Portugal, em 2009, foi a única vítima mortal do acidente que envolveu também o co-piloto, James Fulton, que conseguiu sair ileso.

Foi por volta das 11h40 que Breen perdeu o controlo do carro, numa estrada que liga as localidades croatas de Stari Golubovec e Lobor. O Hyundai i20 N Rally1 embateu com violência num poste de electricidade, com consequências fatais para o irlandês, que se preparava para o Rali da Croácia, agendado para os dias 20 a 23 de Abril.

A Hyundai Motorsport limitou-se a endereçar as condolências à família do piloto, tal como o presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), Mohammed Ben Sulayem: “Os nossos pensamentos e orações vão para os seus entes queridos e para a comunidade do rali neste momento difícil”. “Estamos em choque e muito tristes pela perda de Craig Breen”, acrescentou o ex-piloto finlandês e agora director da Toyota Gazoo Racing, Jari-Matti Latvala.

O segundo lugar obtido no Rali da Suécia (o sexto da carreira no WRC), em Fevereiro, fazia antever uma época interessante para Craig, filho do antigo campeão irlandês Ray Breen. Ele, que seguira as pisadas do pai tornando-se um piloto de ralis a tempo inteiro em 2009 e destacando-se ao vencer em simultâneo três competições do troféu Ford Fiesta: irlandês, britânico e internacional.

Mais tarde, Craig Breen venceria a WRC Academy, em igualdade pontual com o estónio Egon Kaur, chegando ao nível mais alto do mundo dos ralis em 2016. Entre os vários palcos nos quais competiu, destaca-se um português, até porque constituiu o seu último triunfo, quando, há um mês, se impôs no Rally Serras de Fafe, prova do Campeonato Nacional de Ralis.

“A comunidade irlandesa do automobilismo está chocada com esta trágica notícia. Craig era um piloto de classe mundial e uma pessoa de classe mundial”, resumiu o presidente da Motorsport Ireland, Aiden Harper, num comunicado.

Breen representa, de resto, a primeira fatalidade no Mundial de ralis (WRC) desde Março de 2006, altura em que morreu o co-piloto alemão Jörg Bastuck, no Rali da Catalunha - aos 36 anos, foi atropelado por outro carro quando mudava um pneu do seu Citroën C2 GT.